Presidente de Abrantes responsabiliza quem abandona cães pelos ataques a rebanhos
Maria do Céu Albuquerque fala de falta de consciência cívica e admite que é um problema que tem tendência para continuar.
A presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque (PS), criticou na última reunião do executivo as pessoas que abandonam os animais de estimação, acusando-as de falta de consciência cívica e de serem responsáveis pelos ataques de cães a rebanhos que se têm registado com frequência no concelho.
Segundo a autarca, este não é um problema novo e tem tendência para continuar. “As pessoas continuam a adquirir animais domésticos e, de um momento para o outro, decidem abandoná-los nas piores circunstâncias. Depois eles criam um mecanismo de auto-defesa e, quando ficam com fome, atacam o que quer que seja”, disse Maria do Céu Albuquerque a O MIRANTE.
Também o vereador com o pelouro do ambiente, Manuel Valamatos, mostrou preocupação com o problema e frisou que os ataques são protagonizados por cães selvagens, que se encontram refugiados na floresta e muito dificilmente se deixam apanhar. “Neste momento, estamos a acompanhar a situação e, quando há um ataque e os serviços são chamados, vamos logo ao local”, adianta o autarca, alertando que os donos dos rebanhos devem ter mais atenção por onde andam a pastar as suas ovelhas.
Recorde-se que na semana passada (ver edição de 7 de Janeiro) O MIRANTE noticiava que cinco ovelhas foram mortas num terreno em Casal das Varandas, Mouriscas, num ataque de cães que vagueiam por essa freguesia do concelho de Abrantes. Os proprietários do rebanho, os irmãos Teresa e Alcino Serras, apresentaram queixa na GNR.
Nos últimos tempos têm sido vários os casos de ovelhas mortas no concelho de Abrantes. No mês de Dezembro, dois ataques ao rebanho de Jorge Dias, junto à zona industrial de Alferrarede, causaram a morte a 10 ovelhas e 11 borregos, para além de vários animais feridos. O dono do rebanho pondera acabar com a criação de animais devido aos prejuízos que tem acumulado nos últimos anos. Em Novembro de 2017, Jorge Dias dizia ao nosso jornal que tinha perdido cerca de 150 ovelhas nos cinco anos anteriores, mortas por cães na zona de Abrantes.
O veterinário municipal de Abrantes, Pedro Godinho, já tinha dito ao nosso jornal, aquando de um dos casos anteriores, que foram capturados alguns cães, mas como não tinham chip torna-se difícil apurar quem eram os proprietários. O médico reconhecia também as dificuldades em controlar a situação. “É um problema que temos e que não sabemos como resolver. Apanhar cães em terreno aberto não é fácil”, dizia.