Casa mortuária no antigo bairro 16 de Março contestada em Santarém
Assunto foi tema de debate político na assembleia municipal.
A possível construção da nova casa mortuária de Santarém em terrenos do antigo bairro 16 de Março está a gerar resistência entre cidadãos e algumas forças políticas, que contestam essa localização por ser mal servida de acessos e situar-se no extremo oposto da cidade em relação ao cemitério.
Na sessão da assembleia municipal realizada a 28 de Fevereiro, o presidente da câmara, Ricardo Gonçalves (PSD), confirmou que essa hipótese está efectivamente a ser estudada, dado tratar-se de um terreno camarário actualmente devoluto - após a demolição das casas ali existentes - e que o município não conseguiu alienar nas várias hastas públicas realizadas. A construção da casa mortuária permite requalificar essa zona, que dispõe também de muito espaço para estacionamento. E evita que o município tenha de gastar dinheiro na aquisição de terrenos noutro ponto da cidade.
Na assembleia municipal, foram várias as vozes que consideraram essa opção descabida e sugeriram que fossem equacionadas outras alternativas. “Não há planeamento urbano em Santarém e depois surgem estas propostas avulsas e mal explicadas”, disse o eleito Francisco Madeira Lopes (CDU).
Francisco Mendes, independente eleito nas listas do PS, referiu que existem vários terrenos junto ao cemitério onde poderia ser construída a nova casa mortuária e afirmou acreditar que a opção do bairro 16 de Março será abandonada, face à contestação que está a gerar na cidade.
Petição pública a circular
A Associação Mais Santarém - Intervenção Cívica promoveu mesmo uma petição pública contra a localização da nova casa mortuária da cidade no antigo bairro 16 de Março, por considerar “um erro crasso” essa hipótese.
A petição está a circular na Internet e em vários locais da cidade, é dirigida ao presidente da Assembleia Municipal de Santarém e visa, segundo os seus promotores, alertar os cidadãos e a câmara municipal e promover a discussão do tema na assembleia municipal.
A petição refere que o local proposto situa-se a cerca de 3 km do cemitério dos Capuchos, no extremo oposto da cidade, e é servido apenas por uma artéria, a Rua General Humberto Delgado, que já tem problemas de circulação e estacionamento. O documento reconhece ser importante encontrar uma alternativa à actual casa mortuária das Portas do Sol, mas que seja próxima do cemitério, nem que para isso se tenha de adquirir ou expropriar um terreno.
Na última reunião de câmara, também a vereadora Sofia Martinho (PS) tinha manifestado a sua oposição quanto a essa possível localização, apontando argumentos semelhantes e sublinhando que com essa opção os cortejos fúnebres terão que atravessar boa parte do planalto e três rotundas muito movimentadas - junto ao antigo presídio, a do tribunal e a do Largo Cândido dos Reis (junto ao W Shopping).