O Prémio Carlos Gaspar 2018, instituído pela Junta de Freguesia de Samora Correia, foi entregue a dois samorenses que se distinguiram pelo seu talento, arte e entrega ao associativismo da cidade. O músico António Pederneira, a título póstumo, e o dirigente associativo Domingos Pepino foram os homenageados na noite de sábado, 6 de Abril, em Samora Correia.
Samorense de gema, Domingos Pepino é tido em Samora Correia como um homem que se colocou na linha da frente pela luta de melhores condições de vida para a população. É vice-presidente da Sociedade Filarmónica União Samorense (SFUS), a mãe das associações daquela cidade e foi nela que mostrou ainda jovem o seu jeito para a ginástica, antes de ingressar na Força Aérea Portuguesa, onde permaneceu cinco anos como controlador de tráfego aéreo.
Guarda com saudosismo os seus tempos de militar, que o enchem de orgulho, por ter servido o país na Guerra do Ultramar. Electrotécnico reformado, Domingos Pepino diz ter sentido o apelo da população para lutar por melhores condições para a localidade dos Arados, numa fase inicial como membro da comissão de melhoramentos e, mais tarde, como fundador e primeiro presidente da Associação Desportiva de Cultura e Recreio dos Arados.
Ajudar a dinamizar as associações e colectividades da terra é a sua missão de vida, mas Domingos Pepino diz não ser vaidoso pelos seus feitos. “Olhar para o futuro e mostrar trabalho na associação que represento são a minha maneira de ser e estar no associativismo”, disse a
O MIRANTE depois de receber o prémio, aproveitando para advertir que um dirigente associativo tem de ter espírito para continuar o legado por outros deixado. Defende que quem não faz não tem direito a criticar e lamenta a falta de jovens no associativismo, confessando que a SFUS “não tem conseguido chamar sangue novo para a sua direcção”.
Homem de estatura pequena, tem um sonho maior: ver Samora Correia ser elevada a concelho. Aos 64 anos, Domingos Pepino, que integrou o movimento cívico que reivindicava a passagem daquela freguesia a concelho, diz ainda manter viva essa esperança. Foi autarca independente na junta e presidente da Assembleia de Freguesia de Samora Correia. Em palco, o agradecimento especial foi para a sua esposa, Maria Vicente, “pelo apoio, pois quem anda no associativismo sabe como é difícil conciliar a vida familiar”.

Músico homenageado a título póstumo
Dotado de grande talento para a música, António Pederneira foi homenageado a título póstumo com o Prémio Carlos Gaspar. Para além de ter sido músico do extinto Grupo Aliança, é lembrado pelo hino de Nossa Senhora da Oliveira, que ainda hoje entoa nas procissões, e por muitas outras músicas que ainda fazem parte do repertório da banda da SFUS.
Para receber o prémio foi chamada a palco a sua esposa, Felismina Pederneira, que agradeceu à população pela nomeação, “mesmo àqueles que nunca o viram, mas o lembram e sabem que ele foi um amigo da terra”.
À semelhança de anteriores edições do Prémio Carlos Gaspar, a sala de espectáculos do Centro Cultural de Samora Correia esteve lotada. Os samorenses mostraram, uma vez mais, que estão unidos pela memória do associativista e pedagogo, Carlos Gaspar, e dos que ano após ano, são reconhecidos publicamente pelo seu trabalho e dedicação à comunidade.