Custódia do filho de Rosa Grilo entregue à irmã do empresário assassinado
Menor, de 13 anos, vai ficar com a tia paterna até ao julgamento da mãe. Depois de meses de disputa entre as famílias Grilo e Pina, o Tribunal de Vila Franca de Xira decidiu entregar a custódia provisória do filho de Rosa e Luís Grilo à irmã do empresário assassinado. Famílias estão proibidas de falar sobre o caso à comunicação social.
Enquanto Rosa Grilo aguarda pelo julgamento onde está acusada pelos crimes de homicídio qualificado agravado do marido, profanação de cadáver e detenção de arma proibida, o Tribunal de Vila Franca de Xira decidiu atribuir a custódia provisória do filho do casal, de 13 anos, à tia paterna, Júlia Grilo.
A luta pela custódia da criança que estava a ser disputada por Júlia Grilo e os avós maternos, Maria Antónia e Américo Pina, foi resolvida no dia 3 de Abril. A decisão foi contra a vontade de Rosa Grilo, que já havia dito em tribunal que preferia que a guarda do seu filho fosse entregue aos avós, alegando que foram estes que o criaram.
A audiência que começou pelas 10h45 só ficou concluída cerca das 18h00. Em conferência, realizada na presença de Rosa Grilo, foram ouvidos o psicólogo e o pedopsiquiatra que acompanham a criança, Júlia Grilo e Américo Pina – que pela primeira vez foi ouvido no processo de regulação do poder parental da criança.
A juíza determinou que o menino pode visitar os avós todas as semanas, se esta for a sua vontade, ressalvando que as críticas públicas entre as duas famílias deverão terminar, sob pena de esta decisão poder ser alterada. A juíza entende que os insultos, agressões e mediatismo que as famílias têm colocado em torno do caso prejudicam a saúde mental da criança, proibindo a tia paterna e os avós maternos de falarem à comunicação social.
Em cumprimento da medida, à saída do tribunal nenhum dos intervenientes no processo prestou declarações aos jornalistas. Os avós deixaram o tribunal por uma das portas laterais, juntamente com Tânia Reis, advogada de defesa da filha.
Testemunhas foram dispensadas
No processo de regulação do poder parental do filho do casal Grilo, a juíza dispensou a audição às testemunhas. A O MIRANTE, Maria de Fátima Pascoal, uma das testemunhas que iria ser ouvida, mostra-se revoltada com os avós da criança por dizerem que a família do empresário e triatleta “está a estragar a criança”. Trabalhou sete anos com Rosa e Luís Grilo e garante que sempre viu o menor a jogar videojogos, acrescentando ainda que a avó materna sempre teve ciúmes da relação que a criança mantinha com a tia, Júlia Grilo. “A Rosa chegava a gritar com a mãe a dizer-lhe que se queria ver o neto que fosse ao escritório. Ela não ia, se a vi lá uma vez foi muito”.
Vanda Coelho, outra testemunha dispensada, conta a O MIRANTE que a criança tem sofrido vários ataques de ansiedade na escola e em casa dos avós maternos. “Elas [Sandra e Júlia Grilo] tentam que o menino vá à escola e ele também faz um esforço para ir. O que acontece é que muitas vezes ele vai parar à enfermaria”, diz.
Tia do menor diz que Rosa bateu ao filho
Numa das últimas visitas que o menor fez à mãe na cadeia de Tires, a tia paterna alega que Rosa Grilo lhe terá dado uma chapada na presença dos avós. Recorde-se que em outras ocasiões, a família paterna do menino disse que este já não se sentia seguro com os avós e que por isso recusava visitá-los e ser acompanhado por eles nas visitas à mãe.
Júlia Grilo contou à Polícia Judiciária (PJ) que numa outra visita, em Outubro passado, a viúva segredou ao ouvido do filho pedindo-lhe para falar na presença dos angolanos em sua casa. Em audição no processo de acusação de Rosa Grilo, o filho revelou que a 16 de Julho - dia em que a viúva alega que os angolanos lhe invadiram a casa e lhe mataram o marido - percorreu várias divisões da casa e não se cruzou com desconhecidos.
Rosa Grilo alheia aos insultos
Visivelmente mais magra e de cabeça erguida, Rosa Grilo mostrou-se, uma vez mais, indiferente aos insultos das dezenas de populares que aguardavam a sua entrada em tribunal. À saída, a viúva, agora formalmente acusada da morte de Luís Grilo voltou a ser vaiada por populares que não arredaram pé das imediações do tribunal até a ver partir no interior de uma carrinha policial.