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Vila Franca de Xira representa Portugal no Campeonato do Mundo de pesca desportiva
foto DR Equipa da cidade de Vila Franca de Xira vai representar o país no campeonato do mundo de pesca desportiva que se realiza em 2020 na Sérvia

Vila Franca de Xira representa Portugal no Campeonato do Mundo de pesca desportiva

Desde que foi criado em 2012, o clube First Bait tem somado vitórias e em quatro anos chegou à primeira divisão nacional. Este ano bateu o Benfica sagrando-se campeão nacional e garantindo presença no próximo campeonato do mundo de pesca desportiva, que se realiza na Sérvia.

Muito treino e empenho, muitas vezes sacrificando o tempo com a família, é a receita usada pelos atletas do clube First Bait de Vila Franca de Xira, os novos campeões nacionais de pesca desportiva e que vão representar Portugal no próximo campeonato do mundo da modalidade, que se disputa nos dias 27 e 28 de Junho de 2020 na Sérvia.
O clube foi criado em 2012 com o objectivo de se focar na pesca de alta competição. Um dos sócios fundadores, Pedro Levezinho, 38 anos, nascido e criado em Vila Franca de Xira, já trazia consigo a bagagem de ser campeão do mundo a título individual nos anos 90. Em 2013 o clube arrancou a competição a sério no primeiro escalão, o regional, com equipas da zona, sagrando-se campeão. No ano seguinte subiu à segunda divisão nacional e conseguiu a manutenção. Ao terceiro ano sagraram-se vice-campeões e subiram ao escalão principal das provas promovidas pela Federação Portuguesa de Pesca Desportiva.
Em 2018 ficaram em quarto lugar mas aprenderam com os erros, treinaram mais intensamente e este ano alcançaram o primeiro lugar frente ao Benfica, o seu principal adversário. O clube tem actualmente nove pescadores, sem contar com o presidente da direcção, Pedro Levezinho: Pedro Lopes, Paulo Afonso, Bruno Valente, Luís Pinheiro, Edgar Assunção, Miguel Rodrigues, Jorge Salgueiro, Luís Pinho e Gilberto Estima.
Quem pensa que a pesca desportiva é um desporto de lazer está enganado, garante Pedro Levezinho, já que a concentração é intensa e o desgaste intelectual e físico também, durante as quatro horas em que dura cada prova. “São quatro horas em que temos de dar o nosso melhor e onde se tomam decisões cruciais para cada uma das horas. Há tácticas específicas que usamos e os percursos vão-se alterando e precisamos de nos manter muito atentos”, explica.
Pedro diz que aprendeu a pescar por carolice quando jogava futebol no Vilafranquense. A primeira vez que pescou sacou das águas do Tejo um peixe de grandes dimensões e apaixonou-se pela modalidade. A partir daí foi aprendendo por tentativa e erro. Ainda integrou o Clube Amadores de Pesca da cidade antes de se ter aventurado no Estrela da Amadora e a solo, até ser campeão do mundo. “Atrai-me a adrenalina da competição, a incerteza, é isso que apaixona quem gosta da pesca”, confessa.
Quando o clube for ao campeonato do mundo promete levar consigo a bandeira de Vila Franca de Xira. E o dirigente não esconde a ambição: o grupo vai à Sérvia para ganhar a medalha de ouro. “Temos a ambição de ser campeões do mundo. Acho que está ao nosso alcance. Temos de trabalhar para isso”, refere. Por não serem atletas profissionais estão actualmente a tentar reunir apoios para suportar parte dos custos da viagem.
Os objectivos do clube passam por se manter na primeira divisão e voltar a repetir a vitória no campeonato nacional. “É um campeonato extremamente competitivo, em que algumas equipas levam aquilo mesmo a sério e têm orçamentos três ou quatro vezes superiores ao nosso. Mas queremos continuar a lutar por isso e honrar o nome da nossa cidade”, conclui.

Peixes são devolvidos ao rio
A maioria dos peixes apanhados nas competições de pesca desportiva são devolvidos ao rio, explica o dirigente, que garante que toda a vertente desportiva envolve preocupações ambientais. “Existem penalizações para o caso de um peixe ser devolvido morto à água. São capturados, mantidos dentro de água em redes, depois são pesados e devolvidos”, explica Pedro Levezinho.

Tristeza de ver o Tejo doente

O presidente do clube First Bait confessa ver com tristeza e mágoa o estado em que se encontra o rio Tejo que banha a sua cidade e a região. O rio, por causa das marés, não é usado para pesca desportiva. “Foi no Tejo que aprendi a pescar e vejo com tristeza o estado em que ele se encontra. Mesmo com os avanços da tecnologia e das estações de tratamento de águas, que deviam servir para poupar o rio à poluição, vemos que está tudo na mesma, continua poluído e com cheiro. Enquanto cidadão parece-me que se está a fazer pouco para salvar o Tejo”, lamenta.

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