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Resposta imediata a casos de trombose já salvou centenas de vidas
Manuela Grego, primeira à direita, é a coordenadora do grupo Via Verde do AVC do Hospital Distrital de Santarém

Resposta imediata a casos de trombose já salvou centenas de vidas

No Hospital de Santarém a Via Verde AVC foi accionada mais de trezentas vezes. O sistema de resposta rápida a casos de AVC, a que vulgarmente se chama trombose, foi implementado há quinze meses no Hospital Distrital de Santarém e chama-se Via Verde AVC. Segundo Manuela Grego, coordenadora do projecto, já foi accionado mais de trezentas vezes e permitiu salvar centenas de vidas. O MIRANTE falou com a médica, a propósito do Dia Mundial do AVC.

Em quinze meses de funcionamento a Via Verde do AVC, do Hospital Distrital de Santarém (HDS), foi activada mais de 300 vezes. Meia centena de doentes foram submetidos a trombólise e cerca de 25 foram transferidos para os hospitais de referência da área metropolitana de Lisboa.
De acordo com Manuela Grego, coordenadora do grupo Via Verde do AVC do Hospital Distrital de Santarém, o hospital tem implementada a Via Verde do AVC do Adulto desde Julho de 2018, o que possibilita uma intervenção precoce no tratamento desta patologia.
A Via Verde do Acidente Vascular Cerebral ( VV AVC) funciona 24 horas por dia todos os dias do ano e é activada para todos os doentes que entram pela urgência do hospital com suspeita desta patologia, desde que se encontrem dentro da janela terapêutica.
Manuela Grego refere a O MIRANTE que existe um circuito bem definido para a abordagem destes doentes, com a participação de vários grupos profissionais, de modo a que todo o processo seja célere, desde a admissão do doente até à administração da terapêutica. Após avaliação clínica é decidido se o doente mantém critérios de VV AVC. De acordo com as normas nacionais são seleccionados os doentes para tratamento de fase aguda (fibrinólise e/ou trombectomia), não sendo a idade um critério de exclusão.
De acordo com a responsável, um número significativo de activações da VV AVC corresponde a doentes sem patologia vascular ou que, tendo um AVC, não cumprem os critérios de inclusão para este tipo de terapêutica. Os doentes com AVC que não realizam tratamento de fase aguda ficam internados no Serviço de Medicina Interna para continuação de cuidados, vigilância, controlo dos factores de risco cardiovascular e estudo complementar.
Quanto aos doentes submetidos a fibrinólise (processo através do qual um coágulo de fibrina [produto da coagulação do sangue] é destruído) ficam internados numa fase inicial na Unidade de Cuidados Intermédios do Serviço de Urgência e posteriormente são transferidos para o Serviço de Medicina Interna. Já os doentes que necessitam de trombectomia (remoção de um trombo [coágulo], sob orientação de imagem) são transferidos para um centro de referência, de acordo com a Urgência Metropolitana de Lisboa.

“Tempo é cérebro”
A coordenadora do grupo Via Verde do AVC do Hospital Distrital de Santarém, Assistente Hospitalar de Medicina Interna, utiliza a expressão “tempo é cérebro” para reforçar que é fundamental a população estar sensibilizada para os sinais de alarme e contactar o 112 de modo a que o hospital seja informado da chegada do doente para agilizar todo o processo, aumentando a probabilidade deste ser candidato ao tratamento proporcionado na Via Verde. As primeiras horas após o início dos sintomas de AVC (falta de força num braço, boca ao lado e dificuldade em falar) são essenciais para o socorro à vítima, pois é esta a janela temporal que garante a eficácia dos principais tratamentos.

Casos de AVC continuam a aumentar
A nível nacional foram encaminhados 3.456 doentes com AVC para a Via Verde do AVC, este ano, segundo dados do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), uma média de 11 casos por dia. A propósito do Dia Mundial do AVC, que se assinalou a 29 de Outubro, o INEM revelou ainda que os distritos do Porto e de Lisboa registaram o maior número de encaminhamentos, com 819 e 702 casos, respectivamente.
O número de casos de AVC tem vindo sistematicamente a subir. Em 2018 registaram-se 3.496, número superior a 2017 (3.164), a 2016 (3.386) e a 2015 (3.115). Além de ser uma das principais causas de morte em Portugal, o AVC continua, segundo o INEM, a ser a principal causa de morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos no conjunto das doenças cardiovasculares. Desde que a Via Verde foi criada, em 2006, mais de 36.962 doentes já beneficiaram deste tipo de tratamento.

O que é um AVC

O AVC é um défice neurológico súbito, motivado por isquemia (deficiência de irrigação sanguínea) ou hemorragia no cérebro. Para prevenir a doença, devem ser adoptados hábitos de vida saudáveis, evitar o tabaco e a vida sedentária e ter especial atenção a doenças como hipertensão, diabetes ou arritmias cardíacas. Além do Dia Mundial do AVC, celebrado a 29 de Outubro, assinala-se também a 31 de Março o Dia Nacional do Doente com AVC.

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