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Contas com dívida milionária aprovadas no Juventude da Castanheira
Nova direcção liderada por Paulo Torrão apresentou contas de 2018 a custo e com queixas da desorganização total deixada pelos anteriores dirigentes

Contas com dívida milionária aprovadas no Juventude da Castanheira

Associação desportiva apresentava um caos nas contas, com 426 mil euros de dívidas, e a nova direcção viu-se grega para perceber os movimentos contabilísticos. Por explicar está ainda como é que se deixou descontrolar a contabilidade do clube.

As contas de 2018 da associação desportiva Juventude da Castanheira (JC), com uma dívida de 426 mil euros, foram aprovadas por unanimidade pela assembleia-geral do clube, que tem uma nova direcção para tentar estancar o descalabro financeiro. Já com a corda na garganta o clube ainda aumentou a dívida em 24 mil euros de 2017 para 2018. As contas foram aprovadas com nove meses de atraso devido à polémica da alegada perda de ficheiros contabilísticos nos computadores da associação, na altura em que era dirigida por Mário Nuno Duarte, ex-assessor da Câmara de Vila Franca de Xira.
O novo presidente, Paulo Torrão, dirigindo-se aos sócios, confessou que foi extremamente complicado para a nova direcção “conseguir explicar e classificar” as contas que foram apresentadas. Apesar de haver “uma vontade muito forte em se conseguir explicação para o nível de passivo que o clube apresenta”, Paulo Torrão assume que não o conseguiram fazer de forma detalhada “porque as contas estavam numa desorganização total”. Sabe-se, porém, que os 354 mil euros que engrossam a dívida são referentes à construção das bancadas do complexo desportivo, em 2007.

Obra com derrapagem engrossa dívida
O descontrolo financeiro no Juventude já vem a afirmar-se desde que uma derrapagem orçamental na construção das bancadas endividou o clube em 750 mil euros. Nessa época, e sob a direcção de Mário Nuno Duarte, o clube e a Câmara de Vila Franca de Xira tinham assinado um contrato programa para a realização dos trabalhos, em que a autarquia se comprometia a transferir a título de subsídio o montante total das obras. Mas não existia qualquer deliberação do município sobre os custos a mais. Como o dono da obra era o Juventude o clube ficou obrigado a assumir a dívida para com a empresa de construção.
Numa tentativa de travar o buraco financeiro, o município chegou a ceder um terreno situado em Castanheira do Ribatejo, em direito de superfície, onde se instalou uma bomba de gasolina, ajudando o Juventude a emagrecer a dívida ao empreiteiro em 500 mil euros. Paulo Torrão considerou que vai ser muito difícil a associação conseguir liquidar os 354 mil euros em falta, sem a ajuda da câmara municipal, lembrando que apesar de o complexo desportivo ser utilizado pelo clube é propriedade da autarquia.
Do que se conseguiu apurar de dívidas a fornecedores o clube tem às costas 56.162 euros, mais 20 mil euros do que em igual período de 2017. O clube também deve 860 euros à Segurança Social. Paulo Torrão chamou ainda à atenção para a redução do activo do clube que entre 2017 e 2018, passou de 385 mil euros para 81 mil euros, pondo a nu as fragilidades que o Juventude da Castanheira enfrenta.
O presidente salientou, no entanto, que apesar do descalabro financeiro, “a direcção sente-se motivada para reverter a situação do clube”. Paulo Torrão garante ter uma equipa directiva “com todas as capacidades necessárias para que se volte a ter as bases para um clube sustentável, que consiga dar a possibilidade aos jovens de Castanheira do Ribatejo para praticar desporto”.

Direcção pede investigação do Ministério Público e Autoridade Tributária

Perante a inexistência de contabilidade devidamente organizada e sem explicação para o descontrolo contabilístico a nova direcção do Juventude da Castanheira, eleita em Novembro, fez uma participação ao Ministério Público e à Autoridade Tributária para que investiguem a situação.
“Não querendo qualificar a situação esta não deixa de preocupar bastante a direcção recém-empossada”, refere o novo presidente do clube. Paulo Torrão justifica que as participações são uma medida necessária para se precaverem de eventuais irregularidades que possam ter sido cometidas pela anterior direcção. “Fizemos as participações que tínhamos de fazer. Se tiverem de ocorrer averiguações que ocorram”, disse.

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