Marisa Costa tem 18 anos, é de Tomar e começou a praticar Orientação em BTT (Bicicleta Todo-o-Terreno) em criança. O pai e o irmão já praticavam a modalidade e decidiu experimentar. Ao início fazia-o apenas por divertimento, mas com o tempo ganhou o gosto de competir. Começou a desafiar-se a si própria, a melhorar o seu desempenho, a ficar mais forte e melhor preparada. Em 2010 começou a competir e federou-se no escalão para 14 anos. Começou no Clube de Orientação e Aventura (COA) em Abrantes, o mesmo onde o pai ainda compete.
O bom desempenho deu bons resultados e a atleta deu nas vistas em 2015, com 14 anos, ao ponto de ser chamada pela primeira vez à selecção nacional. Com as cores de Portugal participou num campeonato europeu em Idanha-a-Nova (distrito de Castelo Branco), no escalão D17 (com participantes até aos 17 anos). “O momento em que representei a selecção nacional pela primeira vez foi marcante. Senti-me extremamente orgulhosa, mas encarei a competição como uma etapa especial e de aprendizagem porque estava a competir com atletas mais velhas do que eu. Foi muito importante para ganhar experiência e perceber como funcionam as coisas na selecção”, explica Marisa Costa a O MIRANTE.
Após a primeira representação por Portugal a atleta ficou ainda mais focada em melhorar os resultados e conseguir voltar a ser convocada no ano seguinte. A jovem, que actualmente representa o BTT Loulé (Algarve), está no primeiro ano do curso de Engenharia Biomédica, na Universidade de Aveiro. Marisa Costa sagrou-se, em Outubro de 2019, vice-campeã europeia de Orientação em BTT, em distância média, no Campeonato da Europa de Jovens e Juniores, que decorreu na Alemanha. Marisa Costa conquistou a Medalha de Prata no percurso de 14 quilómetros com o tempo de 50’27, a 40 segundos de distância da vencedora. Em 2018 já tinha conquistado o mesmo título.
A atleta, que fez o secundário na Escola Jácome Ratton, em Tomar, treina cinco vezes por semana na bicicleta e ainda tem os treinos de ginásio. Umas vezes treina sozinha, outras vezes na companhia de João Ferreira, o treinador que a acompanha desde que começou a participar em competições mais importantes. Quando pode também treina com amigos e até com o pai. Marisa confessa que esta é uma modalidade exigente que requer muito treino, quer físico quer mental, e também muita dedicação. “É preciso ter muita força de vontade e saber bem aquilo que se quer. Além disso, nunca podemos desistir perante as adversidades que surgem”, garante.
Marisa gosta mais de praticar Orientação em BTT por considerar mais desafiante ter que conciliar a bicicleta com a leitura de mapas. “No Oribtt não basta ser-se bom fisicamente. Temos que ser bons também a nível mental e estarmos preparados para responder a todos os obstáculos que aparecem a meio da prova. Não nos podemos desconcentrar após termos feito um erro ou algo que prejudique o nosso resultado”, explica. Os seus objectivos são continuar a melhorar o seu desempenho e conseguir chegar ao primeiro lugar da competição. A sua maior ambição é ser campeã do mundo desta modalidade.
Confessa que não é fácil conciliar os estudos e a competição, mas com esforço, dedicação e força de vontade tudo se consegue. Apesar de ser uma apaixonada pela Orientação em BTT e querer continuar a competir por muitos mais anos, o que Marisa quer no seu futuro é ser engenheira biomédica. “Quero criar novas estruturas que permitam ajudar as pessoas. Criar algo útil para a sociedade. Até lá vou dedicar-me à competição”, conclui.