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Moradores substituem-se à câmara e limpam bairro em Samora Correia
Beatriz Oliveira (à esquerda), Maria Luzia Neves e João da Paz são alguns dos rostos do movimento que nasceu para limpar as ruas do bairro

Moradores substituem-se à câmara e limpam bairro em Samora Correia

Depois de várias queixas da falta de limpeza que deram em nada os moradores, muitos deles com mais de 70 anos, pegaram nas vassouras e começaram a varrer as ruas do Bairro da Esteveira.

Há muito tempo que os moradores do Bairro da Esteveira, em Samora Correia, se queixam da falta de limpeza das ruas. Depois de várias reclamações feitas à Câmara de Benavente, que não resolveram o problema, decidiram pegar nas vassouras e começar a varrer. João da Paz, de 73 anos, foi o primeiro, até que outros por imitação fizeram o mesmo. Varrem as ruas do bairro quase como um desafio, praticamente todos os dias.
A prática já virou rotina e nem é preciso marcar hora. “Se vou a sair de casa e vejo o João a limpar volto atrás e vou buscar a vassoura”, conta Beatriz Oliveira. Tem 71 anos e uma incapacidade superior a 60 por cento, que lhe limita a mobilidade. Mas isso não a impede de varrer nem que seja um pequeno espaço do passeio. “O que importa é ajudar a manter a rua limpa”, acrescenta.
“Se não varrermos ninguém o faz por nós. A rua está limpa? Pois está, mas é porque somos nós a limpá-la”, atira Maria Luzia Neves, de 70 anos. A antiga professora tem sido um dos rostos que mais tem alertado publicamente para a situação. “Estamos fartos de enviar cartas, fotografias e de ir à câmara, mas isto não muda, está cada vez pior”, afiança.
A Câmara de Benavente tem os serviços de higiene urbana e salubridade pública de Benavente, Santo Estêvão, Samora Correia e Porto Alto adjudicados à empresa SUMA há vários anos. Recentemente e apesar das queixas voltou a assinar um contrato à mesma empresa por um período de 16 meses, pelo valor de 667.920 euros, acrescidos de IVA. A adjudicação foi feita através de concurso público, ao qual concorreram oito empresas, tendo sido a SUMA a que apresentou o valor mais baixo para a prestação do serviço.
O grupo de moradores contesta a escolha do município reclamando mais limpeza. O problema está na falta de pessoal na câmara, que levou à contratação da empresa, que por sua vez também não tem conseguido encontrar pessoal para trabalhar. O presidente da câmara, Carlos Coutinho (CDU), diz que a empresa tem tido dificuldade em encontrar mão-de-obra para realizar os trabalhos. Salienta, no entanto, que o serviço tem melhorado e que vão inclusive ser colocadas mais duas varredoras urbanas nas ruas.

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