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Dirigentes e autarcas defendem transparência no acesso a documentos do Alverca
António Martins, Bruno Pinto, Paulo Barroca, António Fonseca, Carlos Patrão e Adélia Gominho

Dirigentes e autarcas defendem transparência no acesso a documentos do Alverca

Várias personalidades da região reagem à recusa dos dirigentes do Futebol Clube de Alverca em revelar ao executivo camarário o teor do protocolo celebrado com o SL Benfica. Pede-se maior transparência e há quem condene comportamento pouco ético.

Os dirigentes do Futebol Clube de Alverca deveriam colocar a transparência no topo das prioridades e não ter receio de fornecer ao executivo da Câmara de vila Franca de Xira cópia do acordo celebrado com o SL Benfica.
A convicção é de vários autarcas e dirigentes locais ouvidos esta semana por O MIRANTE depois do clube ribatejano ter dado nega a um pedido formal de Alberto Mesquita para consultar o acordo. Há mesmo quem fale numa atitude pouco ética da parte da direcção liderada por Fernando Orge.
“A democracia implica transparência. A câmara tem sido benemérita e feito muito pelo Alverca. Não acho que seja ético este tipo de comportamento”, considera António Martins, eleito independente da assembleia municipal. O autarca, ex-CDS, diz notar um benefício ao clube nos apoios municipais e já questionou Alberto Mesquita sobre o assunto.
“Questionámos o presidente porque não existem critérios tão transparentes como nós exigiríamos, como é a questão da formação e esse protocolo [com o Benfica]. O clube de Alverca já beneficiou muito do que são os dinheiros públicos. Por uma questão de boa-fé e transparência teria obrigação de mostrar esse protocolo”, considera.
O presidente do União Juventude de Alverca, Bruno Pinto, também afina pela bitola da transparência e considera que, se a câmara está disponível para ajudar os clubes, então o mínimo que estes podem fazer é ir ao encontro das solicitações do município.
E, no entender do presidente do Clube Académico de Desportos da Póvoa de Santa Iria, Paulo Barroca, deve existir “transparência total” entre os clubes e a câmara. “Isto deixa o presidente da câmara e os vereadores numa situação incómoda. Não fica bem visto receberem esta recusa do Alverca e nada fazerem”, nota.
Povoense é um livro aberto
António Fonseca, presidente do União Atlético Povoense, partilha da ideia da transparência. Tem disponível para consulta todos os acordos que o clube celebrou com o Sporting, a SAD que gere o futebol e o Continente, que tem um supermercado construído em terrenos municipais cedidos ao clube. “Não tenho de esconder nada. A câmara é uma entidade que nos ajuda e merece todo o respeito. Por isso quando pedem os documentos nós disponibilizamos. As coisas têm de ser assim”, defende.
O gabinete de Alberto Mesquita enviou um pedido formal à direcção presidida por Fernando Orge para este facultar o acordo com o Benfica depois do vereador do Bloco de Esquerda, Carlos Patrão, ter pedido para consultar o seu teor para clarificar e perceber de que forma o FC Alverca poderá, alegadamente, permitir nesse acordo o usufruto das suas instalações financiadas e apoiadas, em parte, pela câmara municipal.
“A administração pública não pode ter segredos com ninguém. Havendo um protocolo entre os dois clubes temos de ter acesso para percebermos o que andamos aqui a pagar”, afirma Carlos Patrão, notando que a recusa diz muito do tipo de dirigentes que estão à frente do clube ribatejano.
O autarca do BE diz que não se trata de uma perseguição ao clube mas antes de uma luta por transparência. “O Alverca devia seguir o exemplo do Povoense. Não é possível pactuar com este tipo de atitude. Não posso aceitar. Se o Alverca não recebesse dinheiros da câmara eu não teria interesse nenhum em consultar o protocolo”, afirma.
Já na opinião de Adélia Gominho, eleita do Partido Pessoas, Animais e Natureza na assembleia municipal, a partir do momento em que as associações recebem apoios públicos deve haver um escrutínio das suas movimentações. “O clube devia fazer um esforço para proporcionar a documentação que é pedida pela câmara até pelas relações institucionais que existem. Podem remover nomes e outros dados ao abrigo do regulamento de protecção de dados, mas de resto não vejo porque não possa ser entregue”, considera.
Alberto Mesquita já tinha recusado comentar a atitude de Fernando Orge e da direcção do FC Alverca desabafando apenas que “há coisas na vida que são o que são”.

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