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Ana Bento criou aplicação para aproximar encarregados de educação e professores 
foto DR Com a sua aplicação, Ana Bento, tornou mais simples a vida de pelo menos 10 mil encarregados de educação.

Ana Bento criou aplicação para aproximar encarregados de educação e professores 

Projecto da professora e militar, natural de Abrantes, foi um dos vencedores do Orçamento Participativo Jovem. Já está instalado nos smartphones de 10 mil encarregados de educação e vai continuar a crescer em downloads e funcionalidades.

Facilitar a comunicação entre encarregados de educação e professores e permitir que possam acompanhar o percurso, assiduidade, notas e horário escolar dos seus filhos através de um clique, já é possível, através da App Caderneta do Aluno. Ana Bento, a mentora do projecto que venceu o primeiro Orçamento Participativo Jovem Nacional, diz que esta é apenas a primeira versão de uma aplicação que se espera que no futuro possa vir a ter “muitas mais funcionalidades”.
“Estou muito satisfeita com esta primeira versão da aplicação que ao longo do tempo vai ser melhorada. Há outras funcionalidades para desenvolver como, por exemplo, a compra de senhas de refeição”, explicou a O MIRANTE a jovem de 24 anos, natural de Abrantes.
O novo formato da caderneta do aluno já está a ser utilizado por 10 mil encarregados de educação de todo o país cujos educandos frequentam estabelecimentos de ensino aderentes à plataforma E360 - um instrumento de gestão informática que agrega informação de todas as escolas.
Ana Bento, militar da Força Aérea Portuguesa, era professora de música das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), em Chainça, Leiria, quando decidiu concorrer com o projecto ao Orçamento Participativo Jovem, em 2017. O que a levou a concretizar esta ideia foi a pouca eficácia dos recados enviados pelos professores para os pais através da caderneta em papel, porque na maior parte das vezes os pais nunca os viam. Agora, diz, não há desculpas.
Garantindo ser uma ferramenta de simples utilização, acredita que a aplicação é também uma grande ajuda ao nível organizacional para os professores, que passam a poder enviar uma notificação geral para os encarregados de educação de uma determinada turma. Outra grande vantagem, salienta, é a continuidade da utilização da mesma caderneta ano após ano, acabando por se construir automaticamente um currículo do aluno e do seu percurso escolar, onde é possível ver os aspectos em que o aluno melhorou ou regrediu.
A caderneta digital do aluno foi um dos sete projectos vencedores do Orçamento Participativo Jovem e o mais moroso de pôr em prática dada a sua complexidade. Outro entrave foi o orçamento de 50 mil euros, curto para um projecto de dimensão nacional. “Foi preciso tomar decisões e deixar cair, pelo menos para já, algumas ideias que tinha pensadas”, revela a responsável, que acompanhou todo o processo de criação e implementação da aplicação.

“A educação
continua a ser muito mal tratada em Portugal”
Ana Bento é uma entre muitos jovens que se apaixonam pelo ramo do ensino mas acabam por desistir da profissão. O motivo? No caso da jovem abrantina, a palavra “instabilidade” está na base da decisão.
“A educação continua a ser muito maltratada em Portugal, especialmente no que toca aos professores das AEC. Não é um trabalho estável, nem com horário preenchido”, justifica Ana, que diz ter trocado a escola por “um mundo de oportunidades” na Força Aérea Portuguesa.
Além de militar, Ana Bento é licenciada em Produção Musical e está a tirar mestrado em Recursos Humanos. Reside em Monchique e é cada vez mais curto o tempo que passa na casa de família, em Alferrarede. Voltar a ser professora, diz, provavelmente só se for no Centro de Formação Militar e Técnica da FAP. “É pelo menos esse o objectivo”, diz.

Questionário de Proust

O que a faz rir? O meu irmão mais novo. Tem uma forma de ser muito engraçada.

O que a tira do sério? A prepotência e a falta de honestidade.

Qual o livro que marcou a sua vida? Não diria livro mas filme - a família Belier.

Qual o seu maior defeito e virtude? Teimosia e dedicação.

Um talento que poucos conhecem? Adoro cozinhar.

Era uma professora temida mas respeitada ou adorada?

Sentia que era uma professora adorada.

Monchique, onde vive, ou Abrantes, onde nasceu? Monchique pelos encantos da sua natureza e por ser uma pequena vila.

O que de melhor tem Abrantes? A nostalgia de uma parte da minha juventude e a minha família.

Se tivesse poder para mudar Abrantes por onde começava? Pela cultura. Há falta de dinamismo cultural e dão a oportunidade sempre aos mesmos.

Quando diz a alguém que é de Abrantes, por norma sabem onde fica no mapa ou nunca ouviram falar? Muitos não sabem e aqueles que sabem dizem sempre que é próximo de Tomar.

Quem é a pessoa que mais admira? Admiro muito a minha mãe.

Um lema de vida? Querer é poder!

Ana Bento criou aplicação para aproximar encarregados de educação e professores 

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