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Vereador de Torres Novas entregou pelouro após polémica com vacina
Carlos Ramos

Vereador de Torres Novas entregou pelouro após polémica com vacina

Carlos Ramos, que tutelava a protecção civil, abdicou dessa responsabilidade mas mantém os restantes pelouros e continua no executivo camarário. A controvérsia estalou após se saber que o autarca tinha aproveitado “uma sobra” da vacina anti Covid em meados de Janeiro.

O vereador da Câmara de Torres Novas, Carlos Ramos (PS), entregou o pelouro da Protecção Civil na sequência da polémica que estalou pelo facto de ter sido vacinado contra a Covid aproveitando “uma sobra” de uma campanha de vacinação de um lar, em meados de Janeiro.
A situação foi conhecida após a reunião de câmara de 9 de Fevereiro, onde foram dadas informações sobre o plano de vacinação a nível local e durante a qual quer o vereador quer o presidente da câmara “omitiram a situação, demonstrando que pretendiam ocultá-la e que reconhecem a sua ilegitimidade”, acusou o Bloco de Esquerda (BE), que pediu a demissão de Carlos Ramos.
Na exposição sobre o processo de vacinação em curso no concelho, dada durante a última reunião de câmara, Carlos Ramos afirmou que, durante a vacinação nas estruturas residenciais para idosos, não havia critérios definidos superiormente quanto a sobras. Daí ter-se optado por vacinar os bombeiros que estavam presentes e, havendo ainda sobras, os elementos da protecção civil que estivessem a acompanhar as equipas, sem nunca referir que ele próprio havia sido vacinado.
Face à celeuma causada, que motivou posições bastante críticas tanto do BE como do PSD, a comissão política concelhia do PS, reunida a 15 de Fevereiro, manifestou a sua total discordância com a atitude do vereador, defendendo que essa atitude violou princípios, “apesar da ausência de normas oficiais para as vacinas sobrantes à data da tomada da mesma”.
A concelhia socialista de Torres Novas, liderada pelo vice-presidente do município, Luís Silva, clarifica que “a gestão das vacinas, incluindo as ‘sobras’, não foi nem é da competência do município”, tendo a tomada da vacina resultado de uma decisão individual do vereador. Na mesma nota, o PS torrejano adianta que Carlos Ramos “reconheceu o erro de avaliação da circunstância” e voluntariamente entregou o seu pelouro da Protecção Civil ao presidente da câmara, Pedro Ferreira.
A nota esclarece que, juridicamente, a manutenção do mandato autárquico de cada vereador não depende do presidente da câmara, nem de qualquer outro órgão autárquico, mas apenas do respectivo titular eleito. Ou seja, Carlos Ramos só sairá do executivo se quiser. Já quanto aos restantes pelouros que lhe estão atribuídos, nas áreas da Cidade, Espaços Públicos e Verdes, Preservação do Ambiente, Limpeza, Higiene e Saúde Pública, Gestão do Canil Intermunicipal e Cemitério, a sua continuidade está nas mãos do presidente da câmara, Pedro Ferreira (PS).
Sobre o caso que envolveu o vereador, Pedro Ferreira afirmou que não houve qualquer interferência da câmara municipal no processo. E lamentou que não tenham sido definidas, logo de início, as regras a aplicar sempre que sobram vacinas, tendo havido, um pouco por todo o país, o aproveitamento de sobras, com casos mais e menos claros, para que nenhuma fosse desperdiçada.

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