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Direcção do Juventude da Castanheira recua na intenção de extinguir o clube
Paulo Torrão é presidente do Juventude da Castanheira desde Novembro de 2019

Direcção do Juventude da Castanheira recua na intenção de extinguir o clube

Hipótese tinha sido colocada depois de uma penhora de 15 mil euros ter deixado a zero as contas do clube, que carrega com uma dívida de 426 mil euros. Dirigentes apelam à comunidade para os ajuda para tirar a colectividade do buraco financeiro em que está mergulhada.


Há cerca de um mês a direcção do Juventude da Castanheira anunciava que iria pedir a realização de uma assembleia geral extraordinária com um único ponto na ordem de trabalhos: a extinção do clube. Entretanto, a direcção do clube desportivo de Castanheira do Ribatejo, que está estrangulado por uma dívida milionária, mudou de ideias e decidiu trabalhar com vista à recuperação financeira.
O presidente da direcção, Paulo Torrão, explica a O MIRANTE que “perante toda a força das pessoas e vontade dos membros dos órgãos sociais para relançar o clube, foi decidido por maioria que não se avançaria com o pedido de insolvência ou extinção do clube”.
“Estávamos preparados para esse cenário. A realidade do clube é dura e depois da penhora ficámos novamente a zeros e muito condicionados”, afirma o dirigente. A penhora de 15 mil euros “caiu que nem uma bomba” no clube e diz respeito à dívida para com uma antiga funcionária da colectividade, que Paulo Torrão teria acordado pagar em 44 prestações no valor de 300 euros mensais. “Para mim a palavra é um contrato, mas pelos vistos não é assim para toda a gente”, diz, já que o acordo verbal caiu por terra e o Juventude da Castanheira viu a conta bancária ser penhorada.
As surpresas más continuam a atormentar a direcção que recebeu na última semana mais uma dívida de 700 euros de um grupo de comunicações. A salvação do clube tem vindo sobretudo das empresas que têm apostado em fazer publicidade nas instalações e nos eventos realizados, que têm contado com a presença de centenas de habitantes. “O clube conseguiu aproximar-se das pessoas” e além da adesão às festas como a de Natal e Passagem de Ano, “a assistência nos jogos tem aumentado”, refere o dirigente satisfeito por ter tido 300 pessoas nas bancadas a assistir ao último jogo de futebol.
Depois de os castanheirenses imaginarem o que é ficar sem clube, foram muitos os que deram o seu apoio através de palavras de incentivo à direcção, que entregaram donativos e se fizeram sócios. E esta última, é mesmo uma das formas mais fáceis de ajudar o Juventude da Castanheira a superar o “estrangulamento financeiro” refere Paulo Torrão, apelando a que mais pessoas “se juntem à volta do clube”.
Recuperar o valor de quotas em atraso tem sido outro desafio dos novos dirigentes que já colocaram um cobrador a bater à porta dos sócios. “Temos cerca de 1.700 sócios e no último ano mais de 800 não pagaram porque não lhes foi feita a cobrança”, revela.

Apoio do município reforça esperança
Segundo o dirigente “há muita esperança nos apoios da Câmara de Vila Franca de Xira” para ajudar a reerguer o clube. “Apesar de nada estar definido ainda”, no que respeita ao apoio monetário, Paulo Torrão, destaca que tudo o que o clube está a fazer é planeado e estruturado e que os dinheiros públicos não serão gastos em vão, mas para melhorar as condições de vida dos jovens de Castanheira. “É para isso que o clube serve”, reafirma, considerando muito importante a loja no centro da vila que lhes foi cedida pelo município no início do ano.

Ministério Público e Finanças ainda não se pronunciaram

Questionado sobre se após a participação à Autoridade Tribuária e Ministério Público estas entidades já visitaram as instalações do clube para analisar as contas, o presidente responde que não é do seu conhecimento que esteja em curso alguma investigação. Paulo Torrão afirma ainda que neste momento têm uma empresa de contabilidade a trabalhar no relatório de contas de 2019 que o clube estima apresentar aos sócios até 31 de Março, fazendo cumprir a lei.
Apesar de o dirigente admitir que o passivo no final de 2019 pode ser maior do que o do ano anterior, cuja dívida apurada ascendia aos 426 mil euros, garante ainda “não ter noção” do montante por apurar. O que sabe é que depois de a direcção que lidera ter tomado posse em Novembro passado começou a pagar as dívidas mais acessíveis e estabeleceu planos de pagamento com várias entidades públicas e privadas, com prestações mensais num total de 2.500 euros.

Direcção do Juventude da Castanheira recua na intenção de extinguir o clube

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