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Levantar o braço com a manada como na natação sincronizada

Bioluminescente Serafim das Neves

O trabalho dos cartoonistas, António e Vasco Gargalo, ambos de Vila Franca de Xira, está cada vez mais forte e poderoso a nível internacional. Em Junho de 2019, por causa de um cartoon de António, que apresentava o chefe do Governo israelita, Benjamin Netanyahu, com o aspecto de um cão-guia, a puxar o presidente americano, Donald Trump, cego, e de quipá na cabeça, o jornal The New York Times teve uma birra tão grande que deixou de publicar cartoons.
Alguns meses mais tarde, também por causa de um cartoon, mas de Vasco Gargalo, com o primeiro-ministro de Israel, a empurrar um caixão, coberto com a bandeira palestiniana, para um crematório, a revista Courrier Internacional retirou ao cartoonista o prémio “Plumes Libres” que lhe tinha atribuído, para melhor desenho de imprensa, coisa que nunca tinha acontecido.
Ora, quando dois vilafranquenses conseguem a proeza de fazer saltar a tampa a responsáveis de dois pesos pesados da comunicação social internacional, isso significa que já vai sendo tempo do nosso Presidente Marcelo anunciar que temos os melhores cartoonistas do Mundo e atribuir-lhes uma daquelas medalhas importantes ou, no mínimo, expor os famosos desenhos, no Palácio de Belém e na página oficial da Presidência.
A decisão da Assembleia da República de aumentar o IVA dos bilhetes das touradas, de 6% para 23% gerou protestos mas aplaudo-a com vigor. Um espectáculo de alta qualidade como aquele não podia continuar a ter o mesmo IVA da batata ou do nabo. Era uma desconsideração. Para artigos “premium” tem que haver um IVA a sério. Se ostras, champanhe francês, electricidade, perfumes e jóias têm um IVA de 23%, era um insulto à tourada manter o IVA dos bilhetes com uns pindéricos 6%.
Já agora, e a propósito dos deputados do PS terem sido obrigados a votar a favor do aumento do IVA, coisa que escandalizou alguns, quero dizer que concordo. Um deputado quando vai para deputado já sabe que tem que deixar de se armar aos cágados. Ali, o seu trabalho é levantar o braço, assobiar, apupar ou bater palmas quando o chefe manda.
Quem quer ter opinião própria que vá para o café lá da terra. Era o que faltava desatar tudo a votar como queria. Ia ser bonito, ia!! Ia mas não vai ser, porque amochar em nome do colectivo é que é bonito. Sem a abstinência de ideias próprias como seria possível haver amados e esclarecidos líderes?
E não é só na Assembleia da República que se vê a fibra de um verdadeiro político de carreira. É também cá fora. Nas cidades, nos campos... Vê lá se o presidente da Câmara da Chamusca não sabe isso?! Entre a obrigação de defender uma ponte nova lá para a terra ou defender o seu querido PS que estava a ser atacado por não dar prioridade à ponte, no canhenho das obras públicas, o que é que ele fez??!! Defendeu a tribo, pois claro. Defendeu os chefes. Ele sabe bem que o povo perdoa e esquece mas os chefes não, e se quiser comer da bela bolota lá de Lisboa tem que amochar... e cara alegre, pois claro!!
Saudações colectivas
Manuel Serra d’Aire

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