Há um caso notificado de tuberculose entre a comunidade do continente asiático que reside em Almeirim e trabalha na agricultura. Esta doença é de notificação obrigatória pelos médicos, o que foi feito de imediato, estando a autoridade de saúde a decretar medidas para controlar a situação em Almeirim e em Alpiarça. O agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria do Tejo refere a O MIRANTE que o risco para a população portuguesa é muito reduzido, atendendo a que as pessoas estão vacinadas.
Já após a confirmação do caso, que se revelou ser de tuberculose, houve dois imigrantes indianos que estiveram no Hospital de Santarém, mas não se confirmou nem esta doença nem coronovírus. Os elementos em causa recorreram às urgências, que nesta altura registam uma afluência muito reduzida, foram controlados e enviados para casa, onde devem permanecer por precaução. Em Portugal, em 2012, foram declarados 2.480 casos de tuberculose, o que representa uma redução de 6,1% em relação a 2011.
A situação do cidadão asiático foi detectada na semana passada e de imediato foram tomadas medidas de protecção. A autoridade de saúde e a GNR desenvolveram uma operação em Almeirim em várias residências onde vivem pessoas desta comunidade. Uma acção que visou controlar as condições de habitabilidade, identificar os residentes e promover um rastreio à tuberculose. Vários elementos foram encaminhados para o centro de saúde da cidade para serem sujeitos a testes, que deram negativo.
Já esta terça-feira, 17 de Março, a GNR passou a fazer o controlo de uma habitação em Alpiarça, para garantir a quarentena de vários elementos que residem num imóvel afastado do centro. Não há para já mais nenhum caso confirmado de tuberculose, mas a situação continua a ser acompanhada. Os sintomas mais comuns da doença são cansaço, falta de apetite, emagrecimento, suores noturnos e febres baixas (37,5ºC) ao final do dia. No caso da tuberculose pulmonar, a mais comum, surge tosse, seca ou com expectoração, podendo conter sangue.
Segundo a Fundação Portuguesa do Pulmão, “a tuberculose constitui um dos maiores problemas mundiais de saúde pública”. No site da fundação na Internet, a responsável pelo Núcleo de Investigação em Doenças Infecciosas do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Raquel Duarte, refere que “morrem mais pessoas por tuberculose em todo o mundo, do que por qualquer outra doença infecciosa curável”. O que é grave, atendendo a que se trata de “uma doença curável e cujo tratamento custa apenas 20 euros”. A doença tem maior incidência na Ásia, África e Europa de Leste.
A tuberculose é causada por uma bactéria conhecida como bacilo de Koch e transmite-se por via aérea. A página da CUF na Internet refere que “apenas são contagiosas as pessoas com tuberculose pulmonar ou laríngea”, que libertam o bacilo através da tosse, espirros ou fala. Ao inalar-se o ar com bacilos, estes vão depositar-se nos pulmões. Ou as defesas do organismo combatem a bactéria ou instala-se a infecção. Deve-se por isso evitar contactos respiratórios próximos não protegidos com pessoas que têm tuberculose. “Habitualmente, se o doente tomar a medicação conforme a prescrição do médico, ao fim dos primeiros 15 dias começa a reduzir o risco de contagiosidade”, diz a CUF.