Apesar de ser o foco de todos os casos de infectados com o novo coronavírus que ocorreram em Coruche, a fábrica Dacsa Atlantic, localizada nessa vila, continuou a laborar tendo sido apenas encerrados os escritórios onde trabalham administrativos e algumas chefias, que entraram de quarententa a 2 de Março. O isolamento do espaço ocorreu logo após um telefonema, feito a 1 de Março, domingo, por um homem residente no Porto que tinha estado na fábrica a dar formação e que havia regressado poucos dias antes de Valência, Espanha, onde terá sido infectado com coronavírus.
O formador tinha estado na fábrica no dia 28 de Fevereiro e manteve contacto com alguns trabalhadores, acabando por contagiar um jovem de 24 anos, natural e residente em Coruche, e uma mulher de 40 anos, natural e residente na aldeia do Rebocho, Coruche.
Segundo nos foi dito, na fábrica poucas ou nenhumas medidas de segurança foram tomadas, apenas foram espalhados frascos de gel desinfectante. “Não há qualquer plano de contingência, estamos entregues a nós próprios”, referiu um trabalhador da empresa a O MIRANTE, pedindo anonimato, uma vez que todos os funcionários estão “expressamente proibidos” de falar com a comunicação social.
O MIRANTE falou no local com o porta-voz da empresa, Frederico Gonçalves, que remeteu todos os esclarecimentos para um comunicado de imprensa que refere apenas que estão a seguir todas as “boas práticas de saúde e higiene”.
O comunicado refere ainda que “como forma preventiva e proactiva” não serão realizadas viagens internacionais dos seus colaboradores, assim como quem tenha regressado recentemente de algum dos destinos das chamadas “Red Zones” como China, Norte de Ásia, Itália e Irão, deverá ficar 14 dias de quarentena em casa.