O MIRANTE falou na tarde de terça-feira, 17 de Março, com sete farmácias da região e há unanimidade num ponto: todos os farmacêuticos se queixam da requisição civil, feita pelo Governo, de máscaras, luvas, gel desinfectante e álcool que estão esgotados em praticamente todas os estabelecimentos.
Os farmacêuticos questionam a medida uma vez que também eles são profissionais de saúde. Só a Farmácia Central, no Cartaxo, e a Farmácia Higiene, em Coruche, ainda têm gel desinfectante em stock. Para além de não haver álcool, gel e máscaras também tem havido uma correria ao paracetamol. Em Tomar, na Farmácia Central, só existe paracetamol para adultos; para as crianças já esgotou há alguns dias.
Em Tomar, Santarém, Benavente e Vila Franca de Xira já não existem produtos para proteger e prevenir os cidadãos e, em Coruche e no Cartaxo, o stock está quase a acabar. As farmácias não conseguem responder à pergunta sobre datas de reposição. Todos os farmacêuticos com quem falámos lamentam que o Estado tenha requisitado os produtos que estavam destinados às farmácias. “Está tudo descontrolado”, alertam, acrescentando que estão a atender muito mais utentes diariamente.
Três dos estabelecimentos contactados – em Tomar, Benavente e Coruche – têm as portas fechadas e atendem os clientes através de um postigo. O responsável da Farmácia Central, de Benavente, afirmou que a Protecção Civil já lhes ligou a avisar que quando a farmácia tiver novamente esses produtos em stock tem que os ceder.
Os responsáveis das farmácias de Coruche, concelho onde três pessoas foram infectadas e estão devidamente identificadas, confessam sentir o medo nos clientes que se dirigem ao estabelecimento. A Farmácia César, em Vila Franca de Xira, continua a funcionar de portas abertas mas de forma condicionada. Além das farmácias mencionadas O MIRANTE falou também com a Farmácia Baptista (Santarém) e Farmácia Misericórdia (Coruche).