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Santuário de Fátima sem peregrinos e hotéis vazios
Por estes dias o Santuário de Fátima está vazio ao contrário do que seria habitual quando estamos a duas semanas da Páscoa

Santuário de Fátima sem peregrinos e hotéis vazios

Muitos hotéis da cidade mais turística da região estão encerrados quando estamos a duas semanas da Páscoa. Vice-presidente da Associação Empresarial de Ourém-Fátima diz que impacto da Covid-19 no turismo vai ser um desastre económico histórico.

A taxa de ocupação hoteleira em Fátima é de menos de 5% e mais de metade dos hotéis dessa cidade do concelho de Ourém estão encerrados. A informação foi dada pelo vice-presidente da ACISO (Associação Empresarial de Ourém-Fátima), Alexandre Marto Pereira, que também gere uma cadeia de hotéis em Fátima e outras cidades do país. O empresário diz que o impacto do coronavírus, não só no turismo como em todos os sectores, vai ser um desastre e ainda ninguém tem noção da dimensão da catástrofe que vai acontecer.
“Setenta por cento das dormidas em Fátima são internacionais. Se as companhias aéreas estão a encerrar rotas e com o fecho das fronteiras os turistas não têm como chegar. Os poucos hotéis com clientes estão abertos para servir os turistas que estão a meio das suas férias, foram apanhados no meio de tudo isto e estão a tentar regressar aos seus países”, disse Alexandre Marto Pereira a O MIRANTE.
O dirigente associativo explica que durante a época baixa, nomeadamente Janeiro e Fevereiro, já registaram quebras muito elevadas uma vez que o mercado asiático não viajou porque estava no meio da pandemia da Covid-19. “O mercado italiano é um dos que traz mais turistas a Fátima e com o que se está a passar por lá são quebras ainda maiores”, sublinhou, acrescentando que nos seus hotéis está a trabalhar o mínimo de pessoal necessário. A maioria está a trabalhar em casa.
Alexandre Marto Pereira diz que o concelho de Ourém vai ser dos mais afectados economicamente uma vez que eram milhões de pessoas que todos os anos visitavam Fátima. “O desastre económico vai ser histórico. Nunca aconteceu nada desta dimensão. Vamos transformar-nos numa economia de guerra contra o vírus que é o nosso inimigo”, realçou.
Para o empresário este vai ser o momento da União Europeia (UE) mostrar que está à altura de combater o diabo que veio em forma de vírus. Na sua opinião, se o problema se prolonga muito as empresas não vão ter dinheiro para pagar salários. “Se não puderem despedir funcionários têm que fechar empresas. A UE tem que apoiar os seus países e salvar o euro”, considera.

Ruas desertas e Santuário de Fátima sem turistas nem peregrinos
As ruas de Fátima estão desertas, as lojas encerradas com avisos nas portas. O recinto do Santuário de Fátima está vazio. Março é o mês em que começa o período de maior fluxo de turistas, altura em que tem início o período pascal ao qual se segue a grande peregrinação de 13 de Maio.
Rui Pereira é gerente do Lar Fátima SPA e diz a O MIRANTE que o espaço está a funcionar de portas fechadas e as visitas estão proibidas. Todos andam de luvas e máscaras e seguem as regras da Direcção-Geral de Saúde ao máximo. O empresário explica ainda que os fornecedores deixam o material no piso menos 1 para garantir que haja o mínimo contacto possível.
Rui Pereira explica que se houver algum caso de infecção na sua empresa já tem uma zona de isolamento preparada. Outro problema com que se depara é a falta de álcool, gel desinfectante e máscaras de protecção. O empresário defende que o Governo tem que apoiar as empresas ou então muitas vão fechar portas. Filipe Ferreira vive em Fátima e tem o seu consultório de fisioterapia em Tomar. O gabinete está fechado e actualmente apenas dá assistência online a algumas pessoas que lhe pedem ajuda.

Santuário de Fátima sem peregrinos e hotéis vazios

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