A propósito do número de deputados da Assembleia da República, um assunto que de vez em quando reaparece no debate político sem qualquer consequência para além de gerar disparates, permitam-me que cite aqui uma declaração da Maria Filomena Mónica, numa entrevista recente.
“A actual lei eleitoral faz com que ninguém vigie os governos, ou seja, são os secretários-gerais que escolhem os deputados e estes são bonecos que se levantam e se sentam obedientes, como vemos na televisão. Até bastava ter lá cinco bonecos, um por partido, e ficava muito mais barato. O nosso Parlamento não funciona como polícia dos governos e essa seria a sua função”.
Concordo com ela e penso que se aplica o mesmo princípio aos eleitos das assembleias municipais, órgãos autárquicos que se têm vindo a tornar irrelevantes, pelo menos aqui no Ribatejo, que é a realidade que melhor conheço.
Para o ano há eleições autárquicas. Mais uma vez irei votar, como sempre faço, mas não irei votar em nenhum partido político enquanto se mantiver em vigor a actual lei eleitoral que permite este estado de coisas.
João Mário Laureano Costa