O Circo Atlas Kids, composto por três famílias, foi expulso no dia 19 de Março do Largo do Mercado, em Salvaterra de Magos, onde se encontrava há uma semana. Em causa, segundo o presidente do município, está a falta de condições higieno-sanitárias do espaço para albergar o grupo enquanto o país estiver em estado de emergência devido à pandemia de Covid-19.
O autarca Hélder Esménio explicou nas redes sociais que o circo estava instalado em terreno público municipal para realizar espectáculos entre os dias 13 e 15 de Março. Como no dia 19 de Março ainda não se tinham retirado do local foi-lhes pedido para que saíssem e regressassem à sua residência. Até porque tinham algumas crianças a cargo e poderiam surgir restrições à circulação.
Hélder Esménio adianta ainda que os circos que actuam no concelho estão isentos do pagamento de qualquer taxa ou licença e foi o que aconteceu neste caso. Além disso também foram ajudados com um cabaz de alimentos e com combustível para as viaturas. “Percebo que possam ter ficado contrariados, mas a câmara e a protecção civil não podiam permitir que ficassem a residir naquele local, ainda que temporariamente, famílias com crianças”, refere o presidente da autarquia.
Contactada por O MIRANTE, a gerente do circo Atlas Kids, Irina Torregrossa, diz que decidiram ficar por considerarem que seria o melhor sítio para estar durante este momento de emergência. “Temos no circo cinco crianças e estamos a preservá-las. Além disso, não temos terreno para estarmos durante este tempo”, adiantou a gerente. Irina adianta que acabaram por sair no mesmo dia em que foram expulsos, mas, diz, o mais anedótico estava para acontecer.
“Chegámos a Benavente pelas 20h00 ao Largo do Mercado, onde costuma ficar o circo, e apareceu lá a GNR com a mesma ordem de expulsão. Depois de conversarmos e de eles ainda ameaçarem que seriamos todos detidos felizmente conseguimos resolver a situação”, conta. Depois de terem falado com o presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, acertaram ir na segunda-feira, dia 23, para Samora Correia, para um terreno cedido pelo município. “O presidente tem um coração bom e percebeu a nossa angústia nesta altura difícil”, diz Irina Torregrossa.