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“Gostava que os meus filmes passassem em Abrantes”
João Estrada recebeu O MIRANTE na sua casa com vista panorâmica sobre Abrantes

“Gostava que os meus filmes passassem em Abrantes”

O filme “Bunker”, do cineasta João Estrada, natural de Abrantes, venceu o prémio nacional do último Fantasporto e tem muitos pontos de contacto com os tempos que vivemos. O jovem gosta da sua terra natal e até acha que existe bastante actividade cultural, mas lamenta a falta de uma sal de cinema.

“Bunker – Ou contos que eu ouvi depois do mundo acabar” ganhou um dos prémios do Fantasporto que foi entregue a 7 de Março, poucos dias antes da declaração do Estado de Emergência em Portugal por causa da pandemia do coronavirus. O filme retrata uma realidade de confinamento e terror muito parecida com a dos tempos que estamos a viver. O realizador João Estrada, natural de Abrantes, diz que nunca pensou que a sua ficção se aproximasse da realidade e jamais imaginou que o seu trabalho de sete anos fosse premiado exactamente na véspera de um quase apocalipse que é o que estamos a viver no mundo.
O jovem realizador gosta de Abrantes e até acha que existe bastante actividade cultural no concelho. Lamenta contudo que esteja envelhecido e que a maioria dos jovens que sai de Abrantes para estudar não regresse porque não existem empregos compatíveis. João Estrada tem pena que o Cine-Teatro São Pedro esteja encerrado há tanto tempo mas tem esperança que alguns dos seus filmes ali possam ser exibidos quando reabrir. E recorda que existe uma excelente sala de espectáculos no Sardoal que é uma boa alternativa enquanto o Cine-Teatro São Pedro está fechado.
Em relação ao filme agora premiado, tudo começou há sete anos quando João Estrada e os seus colegas criaram o enredo do filme para o projecto da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. “Bunker – Ou contos que eu ouvi depois do mundo acabar” relata a história de um grupo de humanos que sobreviveram a um apocalipse e são obrigados a viver numa estrutura construída debaixo da terra para evitarem a morte por radiação atómica.
O filme demorou cerca de seis anos até estar concluído e venceu o prémio nacional do Fantasporto para Melhor Filme, entre 33 concorrentes. João Estrada e a sua equipa receberam o prémio dias antes de Portugal entrar em Estado de Emergência devido à pandemia. O cineasta disse a O MIRANTE que considera a coincidência um pouco bizarra e até tem receio que o filme perca espectadores por ser construído num cenário diferente do que vivemos mas ter semelhanças no essencial, que passa pela sobrevivência das pessoas.
João Estrada tem 26 anos mas é um criador que começou bem cedo a tentar mostrar o seu valor. Bunker começou como um projecto escolar mas como não foi escolhido pelos professores da ESTC os alunos pediram à escola que os deixasse continuar o projecto utilizando as instalações.
António Capelo, Irene Cruz e Maria João Abreu são os actores que dão vida às personagens principais de Bunker. Em 2019, quando conseguiram apoio de uma empresa de pós-produção, lançaram mãos à obra e acabaram o projecto que já vinha de 2012. “Ganhar o Fantasporto foi uma boa surpresa. Este projecto teve tantos atrasos que achámos que ia ficar pelo caminho. Felizmente conseguimos e a vitória é o reconhecimento do nosso trabalho e isso motiva-nos a todos para continuar nesta área”, afirma o jovem realizador que vive entre Lisboa e Abrantes.

“Gostava que os meus filmes passassem em Abrantes”

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