A Câmara de Santarém queria que, aproveitando a requalificação da EN362, entre Santarém e Alcanede, fosse corrigido o traçado em algumas zonas e fossem feitos passeios em determinados troços, mas a Infraestruturas de Portugal fez o que se espera de uma entidade pública portuguesa. Foi pelos mínimos.
Geralmente é assim, mesmo quando não há dificuldades económicas. É a nossa crónica falta de visão do futuro. Segundo dizem alguns a única altura em que fomos além da habitual tacanhez foi na reconstrução de Lisboa.
O meu professor de história, que a par da matéria, gostava de contar histórias para nos despertar interesse, dizia que quando os arquitectos disseram ao Marquês de Pombal que as ruas da Baixa iriam ficar tão largas que se poderiam cruzar à vontade duas carruagens, uma para baixo e outra para cima, ele disse que queria que fosse possível cruzarem-se duas carruagens para cima e duas para baixo.
Infelizmente, agora não temos Marquês de Pombal, temos Infrestruturas de Portugal, câmaras municipais, ministérios de obras públicas e críticos, comentadores e especialistas de bancada que em vez de defenderem mais, criticam tudo o que os seus olhares vesgos não consigam alcançar, seja um Centro Cultural de Belém, um Parque das Nações...ou a EN 362 entre Santarém e Alcanede com menos curvas e com passeios nalguns troços.
Frederico Heitor