Se o uso de máscaras for obrigatório onde raio é que as vou arranjar?
Aqui no meu cantinho em Torres Novas, de onde só saio quando é absolutamente necessário ir às compras ou à farmácia, vou assistindo ao que me mostram dos efeitos da pandemia em Portugal e do Mundo e vou analisando, com um cuidado que não tinha antes, a informação que me chega.
Que me interessa, por exemplo, saber se as pessoas infectadas no meu concelho, à meia-noite de ontem, são quatro, como diz Direcção-Geral de Saúde, ou se às sete da tarde de hoje são cinco, como dizem as autoridades locais? Que polémicazinha tão estéril e que insinuações tão ignorantes sobre contabilidades. E além do mais feitas por pessoas que, antes da pandemia, eram uma lástima a fazer contas e zeros à esquerda a ler e interpretar fosse o que fosse?
E se ainda não encontrei gel desinfectante, cuja utilização tanto apregoam, o que interessa essa outra sobre o uso ou não de máscara. Se até têm faltado máscaras para os profissionais que as têm que usar, onde é que eu, simples cidadã confinada, vou comprar uma caixinha delas?
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, no seu habitual estilo pantomineiro, quer-me fazer crer que os enfermeiros portugueses vão para o trabalho com óculos de mergulho (e provavelmente com barbatanas). Será que, quando for obrigatório usar máscara para ir a qualquer lado, poderei cortar o fundo de um garrafão de água e usá-lo enfiado na cabeça, à laia de máscara?
Maria Luísa Terrenho