Autarquias criam bolsas de voluntariado para ajudar os mais vulneráveis
Municípios da região estão a mobilizar ajudas para a população idosa, famílias carenciadas e instituições sociais criando redes de voluntários. Em Tomar, Ourém, Azambuja, Cartaxo ou Salvaterra de Magos qualquer um pode juntar-se à onda de solidariedade em tempos de pandemia.
Jovens, escuteiros, trabalhadores em lay off e funcionários públicos cujos serviços se encontram encerrados disponibilizam-se para fazer chegar ajuda a idosos, famílias com carências económicas ou em isolamento e prestar apoio em lares e instituições sociais que possam vir a precisar de reforços. Mostram que não há vírus que trave a solidariedade e juntam-se às bolsas de voluntariado criadas pelos municípios da região para fazer frente às dificuldades trazidas pela Covid-19.
Em Azambuja, a câmara procura pessoas maiores de 18 anos, para entregar alimentos a idosos, pessoas em quarentena e a famílias desfavorecidas a quem já prestavam apoio uma vez que há funcionários que por serem de grupos de risco foram dispensados. Ao movimento juntaram-se até agora 16 voluntários sobretudo jovens e escuteiros.
Segundo a vereadora com o pelouro da Acção Social de Azambuja, Sílvia Vítor, mais de três dezenas de famílias já pediram ajuda. “São sobretudo situações de carência alimentar. Estamos a entregar nas casas destas pessoas refeições prontas, cabazes de alimentos e a distribuir vales de compra de carne e peixe”, explica. A autarca acrescenta que a população mais idosa é a franja populacional que mais tem recorrido a esta ajuda por viver em situação de isolamento e sem suporte familiar.
Em Tomar, a bolsa de voluntários criada pelo município arrancou a 31 de Março e já reúne meia centena de pessoas prontas para desempenhar tarefas como ir às compras e entregar refeições e medicamentos ao domicílio. “Além dos voluntários, as juntas de freguesia e trabalhadores do município também estão a operar neste sentido”, destaca a presidente de câmara, Anabela Freitas.
Em Ourém, são até agora quatro dezenas os que responderam ao apelo lançado pelo município para “levar alimentos a quem está isolado, fazer compras e eventualmente substituir funcionários de lares de idosos”, revela a O MIRANTE o líder da autarquia, Luís Albuquerque. Para já são sobretudo funcionários da autarquia que por causa da pandemia viram os seus serviços encerrados, mas a expectativa, sublinha o autarca, é que mais se possam juntar ao movimento.
Também o Cartaxo criou, a meio de Março, uma bolsa de voluntariado que reuniu até agora 20 inscritos, visando garantir a toda a comunidade o acesso a medicamentos, alimentos ou outros bens de primeira necessidade. A vereadora da Acção Social, Elvira Tristão, diz que seis voluntários foram já destacados para prestar auxílio às três dezenas de migrantes que testaram negativo à Covid-19, mas por precaução vão continuar em isolamento nos dois centros de quarentena criados pelo município.
Nestas redes solidárias, cada um pode escolher as tarefas que se propõem a realizar, dentro do que é pedido. “Na maior parte dos casos, as pessoas mostram-se disponíveis para apoiar em todas”, refere Elvira Tristão, acrescentando que qualquer um, entre os 18 e os 60 anos, pode juntar-se a esta causa. Opinião diferente tem o presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, Hélder Esménio, reconhecendo alguma dificuldade na angariação de voluntários para substituir funcionários de lares de idosos em caso de necessidade. “Não é fácil as pessoas aceitarem uma missão dessas e voluntariarem-se”, pois vão correr riscos de contágio. Este município está também a arrancar com uma bolsa de voluntariado e a apelar à adesão.
A Câmara de Mação também solicita a todos os voluntários que estão inscritos no Banco Local de Voluntariado do município que entrem em contacto com a autarquia. O objectivo é fazer voluntariado junto da população de risco, nomeadamente, lares de idosos, em colaboração com as IPSS que necessitem de voluntários para apoio logístico, enfermagem, limpezas entre outros..