Um grupo de 57 pais de crianças que frequentam o Centro de Bem-Estar Infantil de Vila Franca de Xira (CBEI) assinaram uma carta que já seguiu para a Segurança Social e Ministério da Educação denunciando a associação por esta não isentar na totalidade o pagamento da mensalidade de Abril. Apesar das crianças estarem em casa sem frequentar a instituição esta vai cobrar as mensalidades normalmente, embora já tenha anunciado um pacote de descontos para ajudar os pais mas onde o acerto só será feito em Maio e a quem tiver as contas em dia.
O grupo integra o movimento solidário “Um abraço ao CBEI”, que também reclama pela realização de eleições antecipadas naquela associação. O CBEI está a atravessar sérias dificuldades financeiras, e os trabalhadores estão com um ordenado em atraso e os contestatários dizem que a intransigência da associação face a esta matéria é “prepotente” numa altura em que os pais sofrem com cortes salariais. Mostram-se muito preocupados com a situação mas pedem que, à semelhança das restantes IPSS, os descontos ou isenções nas mensalidades sejam aplicados ainda este mês.
“Não podem os pais e as crianças ser ainda mais castigados. Quando regressarmos à rotina queremos as nossas crianças no CBEI, no ambiente que lhes é conhecido, com as pessoas que tão bem cuidam delas. Infelizmente, se a direcção mantiver esta posição muitos pais irão sucumbir ao seu subtil convite de desistir do CBEI”, avisam.
Sem mensalidades associação fica em risco
Em comunicado a direcção do CBEI já avisou que os funcionários continuam a trabalhar e que isso tem custos, ao mesmo tempo que as receitas não estão a chegar para pagar as despesas. “Num cenário de ausência, mesmo que parcial, do pagamento das mensalidades, pomos em risco o funcionamento da instituição e o agravamento do atraso do pagamento de vencimentos aos trabalhadores”, avisa Gil Teixeira, presidente da direcção, lembrando que tal situação iria “debilitar ainda mais” a imagem e situação financeira do CBEI.
A agravar a situação estão 30 mil euros que os pais devem à instituição, verba que esta tem vindo a pedir que seja regularizada, por exemplo, com um plano de pagamentos. Para ajudar os pais, a associação promete descontos para os utentes na casa dos três euros diários, mas apenas em Maio e a quem tenha a mensalidade paga e não deva dinheiro à associação.
A proposta, dizem os pais, causa perplexidade. “Os salários por pagar são uma situação que se arrasta desde Dezembro e não pode ser imputada aos pais, que desde a primeira hora têm tentado dialogar, colocar questões e solicitar eleições. Tudo direitos que têm visto negados”, lamentam.