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Pais querem mensalidade reduzida e Interparoquial de Santarém diz que falta solidariedade
Aníbal Vieira

Pais querem mensalidade reduzida e Interparoquial de Santarém diz que falta solidariedade

Há pais de crianças da creche e pré-escolar do Centro Interparoquial de Santarém que ameaçam não pagar por considerarem mísera a redução das prestações das crianças que estão em casa. Direcção responde que há quem queira controlar o centro de forma mal-educada.

Anda um reboliço no Centro Interparoquial de Santarém por causa das mensalidades das crianças da creche e pré-escolar. A comissão que gere a instituição católica há um ano, quando entrou em crise, decidiu baixar as mensalidades das crianças em 12 euros. Alguns pais acham pouco e consideram a decisão do centro “vergonhosa e lamentável” atendendo a que as crianças estão em casa. O vigário-geral da diocese, Aníbal Vieira, que lidera a comissão que gere o centro, fala em falta de solidariedade dos pais e diz que alguns sempre quiseram mandar na instituição e de “forma mal-educada”.
O padre explica que a redução foi calculada tendo em conta a alimentação que não está a ser servida. Para este ano o centro tinha um orçamento de cinquenta mil euros para alimentos e, sem as crianças, vai ter uma redução de cerca de três mil euros mensais. Aníbal Vieira diz que a instituição continua a ter despesas, tem de pagar ordenados e apesar de as crianças não estarem nas instalações continuam em vigor os contratos de manutenção com empresas. Perante as reclamações dos pais realça que alguns “estão mais preocupados com eles próprios do que em serem solidários num momento difícil para todos”.
Já houve pais que escreveram à instituição a dizer que não vão pagar. Aníbal Vieira refere que se a instituição baixar mais o valor da mensalidade não se tornará sustentável, garantindo que a prestação dos pais e a comparticipação da Segurança Social não pagam os custos. Grande parte dos utentes da valência da infância paga cerca de 90 euros. O padre lembra que o centro tem os idosos e o apoio domiciliário, que está a ser difícil manter. “Durante algum tempo foram as valências de idosos que financiaram as de infância, agora espera-se alguma solidariedade”. O centro está disponível para analisar situações de pessoas que estejam em dificuldades e que por isso não consigam pagar.
O Centro Interparoquial entrou numa profunda crise no final de 2018. A direcção demitiu-se e não havia dinheiro para pagar todos os ordenados, além de deverem à Segurança Social cerca de cem mil euros de descontos dos trabalhadores. A diocese assumiu a gestão do centro, contraiu um empréstimo de 155 mil euros e, segundo Aníbal Vieira, já só falta pagar cerca de 70 mil euros.

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