uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Restaurantes de Santarém discutem soluções para sobreviverem em tempo de pandemia
Rodrigo Castelo, Manuel Vargas e Rodrigo Torgal

Restaurantes de Santarém discutem soluções para sobreviverem em tempo de pandemia

Num debate online sobre restauração, promovido pela Viver Santarém, os empresários criticaram os apoios ao sector e a tentativa de os empurrar para o endividamento.

Os espaços da antiga Escola Prática de Cavalaria e da Casa do Campino, palco do Festival Nacional de Gastronomia, podem ser aproveitados como locais de restauração. Esta foi uma das ideias que saiu do debate online: “Restauração, como Existir e Resistir?”, promovido pela Viver Santarém na segunda-feira à noite, 11 de Maio, no âmbito das comemorações dos 40 anos do Festival Nacional de Gastronomia.
A ideia de aproveitar estas áreas tem em vista ajudar a restauração, durante o tempo que demorar o estado de pandemia, sobretudo os restaurantes que não têm possibilidade de ter esplanadas, e que assim podem usar esses espaços. A sugestão vai ser discutida com o presidente do município, Ricardo Gonçalves, referiu a vice-presidente da autarquia, Inês Barroso, que participou na iniciativa.
As refeições continuariam a ser confeccionadas nos restaurantes e transportadas para esses espaços. Inês Barroso referiu que está na altura de repensar o futuro dos restaurantes, considerando esta uma hipótese viável. A vice-presidente lançou também uma ideia, abordando a possibilidade de serem colocadas mesas perto das margens do Tejo onde as pessoas poderiam comer as refeições compradas através dos serviços de comida para fora, cumprindo assim as regras de distanciamento social e protecção contra o contágio.

Empresários criticam medidas do Governo
Os empresários de restauração de Santarém, que participaram no debate, consideram que as medidas de apoio do Governo ao sector são “areia para os olhos” das pessoas, como refere Manuel Vargas. Uma posição assumida também por Rodrigo Castelo e Rodrigo Torgal. As despesas fixas continuam a somar enquanto as receitas caem. Para os três donos de restaurantes em Santarém, além do lay-off, o que houve foi conselhos para recorrerem às linhas de crédito, o que implica que os empresários tenham que se endividar num momento de crise.
O advogado Ramiro Matos concorda com as críticas dos empresários, considerando que as medidas de apoio “não foram efectivamente nenhumas. Houve o lay-off simplificado, mas não chega”. O advogado referiu também que há ainda muitos processos de lay-off “retidos na Segurança Social” sem se saber se serão aceites, o que considera ser “dramático” para os empresários. O presidente do conselho de administração da empresa municipal Viver Santarém, João Teixeira Leite, reforçou que é urgente apoiar com medidas significativas este sector, para que seja possível retomar assim que possível o sector do turismo.
Vários restaurantes da cidade vão abrir dia 18 com as indicações da Direcção Geral da Saúde, mas alguns empresários vão continuar a trabalhar em regime de take-away, como é o caso de Rodrigo Torgal, que mantém quatro funcionários e não recorreu ao lay-off simplificado. O espaço do seu restaurante é reduzido e por isso fazer comida para fora é a melhor solução. Manuel Vargas e Rodrigo Castelo, com dezassete e oito funcionários, respectivamente, viram-se obrigados a recorrer ao lay-off. Ambos vão reabrir as portas no dia 18 privilegiando as marcações prévias.

Restaurantes de Santarém discutem soluções para sobreviverem em tempo de pandemia

Mais Notícias

    A carregar...