União de Almeirim subiu ao Campeonato de Portugal e já pensa na II Liga
Sociedade Anónima Desportiva criada no clube há um ano já deu frutos esta época. Equipa liderava destacada a 1ª divisão distrital da Associação de Futebol de Santarém quando o campeonato foi suspenso devido à pandemia de Covid-19.
O União de Almeirim subiu aos campeonatos nacionais 16 anos depois. Numa daquelas reviravoltas em que o futebol português é fértil, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu alargar o Campeonato de Portugal (terceiro escalão do futebol nacional) na próxima época, para receber os clubes que lideravam os campeonatos distritais, ao contrário do que anteriormente definira. O União de Almeirim SAD liderava destacado a 1ª divisão distrital da Associação de Futebol de Santarém, com 10 pontos de avanço sobre o Fazendense a nove jornadas do fim.
A promoção acontece um ano depois de ter sido constituída uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD), a quem o clube deu o nome e emblema, liderada pelo antigo internacional brasileiro Jorge Silva, de 52 anos. Conhecido no futebol como Palhinha, teve como objectivo para o clube fundado em 1934, subir ao Campeonato de Portugal, mas não esperava que fosse tão cedo.
Palhinha diz que no início o que foi falado foi trabalhar-se de forma profissional, mas as coisas foram acontecendo e a equipa sénior teve um grande desempenho. Garante que a SAD sempre pagou no início de cada mês aos jogadores e mesmo depois da suspensão das competições continuou a pagar, salientando que esta subida é mérito dos atletas e um reconhecimento do trabalho efectuado, tendo em conta que estes não são profissionais e que se deslocavam para os treinos depois de um dia de trabalho ou na escola.
Agora que o União de Almeirim conquistou a subida, o objectivo é trabalhar para chegar à II Liga. O clube teve quatro presenças na antiga 2ª divisão nacional em 1974 e entre 1985 e 1988. Apesar de controlar apenas a equipa sénior, Palhinha assumiu uma boa articulação com o clube, que levou à utilização de nove juniores pela equipa principal, assumindo que quer continuar a ajudar e potenciar a formação de jovens.
Enquanto jogador, Jorge Silva ergueu três Taças dos Libertadores (1992, 1993 e 1997) e duas Taças Intercontinentais (1992 e 1993). Representou clubes como São Paulo, Cruzeiro, Grêmio, Flamengo, Botafogo ou América Mineiro, com passagem também pelos espanhóis do Maiorca e os peruanos do Sporting Cristal e Alianza Lima. Vestiu 16 vezes a camisola da selecção brasileira.
O presidente do União de Almeirim, Agostinho Fernandes, também exultou com a decisão da Federação Portuguesa de Futebol e deu os parabéns a todo o grupo de trabalho e aos dirigentes da SAD que apostaram nesse projecto e viram agora o seu esforço recompensado.
“O União FC Almeirim SAD, conquistou com mérito o direito de regressar 16 anos depois aos campeonatos nacionais. Já tínhamos demonstrado dentro do campo ao longo das 21 jornadas a qualidade do trabalho desenvolvido, faltava apenas o seu reconhecimento, foi hoje conquistado.
Quando há planeamento, humildade e competência, há sucesso”, escreveu Agostinho Fernandes na página do clube no Facebook.
Em 2021 nasce um novo escalão do futebol nacional
Com as mudanças anunciadas pela FPF em 2020/2021 o Campeonato de Portugal será alargado para oito séries de 12 equipas e na época seguinte será criada a III Liga, um escalão acima do Campeonato de Portugal a ser o quarto escalão do futebol nacional.
Em comunicado, a FPF dá conta da reestruturação do terceiro escalão do Campeonato de Portugal – abaixo das duas competições profissionais, I Liga e II Liga –, que, em 2020/21, vai contar com 96 equipas, mais 24 do que em 2019/20. Este “alargamento” resulta da despromoção de duas equipas da II Liga, nomeadamente Cova da Piedade e Casa Pia, dos 70 emblemas que se mantiveram, uma vez que não houve descidas aos distritais, dos 20 promovidos das competições regionais e de quatro novas equipas B.
Os 96 clubes vão ser organizados em oito séries de 12 equipas, nas quais os campeões vão apurar-se para o acesso à II Liga, os quatro seguintes (do segundo ao quinto) para o acesso à III Liga e os últimos quatro (do nono ao 12º) são despromovidos aos distritais.
As duas vagas para o segundo escalão vão ser disputadas em duas séries de quatro equipas, subindo o vencedor de cada uma delas. Já o acesso à III Liga prevê oito séries de quatro clubes, colocando os dois primeiros na nova competição.
O número de clubes a disputar as competições não profissionais, III Liga e Campeonato de Portugal, vai “reduzir-se até 76”, em 2023/24. De acordo com a FPF, a III Liga vai ser disputada por 24 clubes em 2021/22 e 2022/23, sendo reduzida a 20 em 2023/24, enquanto o Campeonato de Portugal vai contar com 60 em 2021/22 e 56 em 2022/23 e 2023/24.