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Cooperativas com dificuldades para escoar stocks de vinho

Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) celebrou 13º aniversário com videoconferência de onde ressaltaram algumas preocupações face às consequências da pandemia no mercado vinícola e do enoturismo.

As grandes empresas vinícolas, apesar do forte impacto que estão a ter com a pandemia da Covid-19, ainda conseguem entrar no mercado das grandes superfícies, mas os pequenos e médios produtores estão em grandes dificuldades para escoar os stocks. A observação foi deixada pelo presidente da direcção da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), Pedro Magalhães Ribeiro, durante a videoconferência “O Vinho e o Mundo Rural: soluções para a actual crise”, que assinalou o 13º aniversário no dia 30 de Abril.
Pedro Magalhães Ribeiro garante que este abrandamento ao nível das vendas foi um balde de água gelada para os produtores de vinho, sobretudo os mais pequenos, que escoam habitualmente 80 a 90% do que vendem para os sectores da restauração, do enoturismo e da hotelaria. “Se pensarmos nas nossas adegas cooperativas, até ao nível do escoamento do vinho que têm em stock, sentimos grandes quebras e dificuldades”, adianta o também presidente da Câmara do Cartaxo.
Pedro Ribeiro admite que, apesar disso, a crise também tem trazido boas oportunidades e muitos projectos acabaram por sair da gaveta. Também as vendas pelos canais digitais têm crescido brutalmente desde o início da pandemia. “Hoje o enoturismo está no Instagram e no Facebook, tal como as visitas virtuais, as provas e os lançamentos de vinhos. Acho que o mercado reagiu bem”, disse.
Já o presidente do Instituto da Vinha e do Vinho, Bernardo Gouvêa, reforçou que se o enoturismo não tivesse a força que teve até ao início da pandemia não teria sido possível o sector do vinho aguentar-se. O responsável aponta que um dos problemas que a crise pode causar na área são os grandes volumes de massas vínicas que têm de ser colhidas e vendidas no ano imediatamente a seguir ao ano de colheita, como o vinho branco e rosé e espumantes, que pode levar à criação de stocks excedentários. É por isso, adianta, que o Instituto da Vinha e do Vinho já solicitou um conjunto de medidas de apoio à Comissão Europeia para que facilitem de imediato o escoamento dos stocks.
Bernardo Gouvêa não tem dúvidas que o enoturismo vai ser fortemente afectado devido ao peso que a experiência sensorial tem. “Sem haver a visita e sem existir a prova in loco é muito difícil recuperarmos muito rapidamente toda a dinâmica que tínhamos no enoturismo”, considera.

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