Como é defensor das tradições faz questão de as transmitir aos netos.

A Quinta-Feira de Ascensão era dia de convívio ao ar livre da família de João Oliveira e Sousa, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Salvaterra de Magos. Um convívio que começava com a apanha da espiga, a que se seguia o almoço.
“Uns levavam a comida em cestos, outros em tarros, uma espécie de tacho de cortiça para conservar bem os alimentos. Era feijoada, frango ou um bacalhau à moda da Guarda, terra do meu avô, composto por bacalhau desfiado, batata cozida e molho de tomate. Não faltava o vinho e a boa disposição”, conta.
À tarde era o momento da sesta para os mais velhos e de brincadeira para as crianças. “Apanhávamos os pais a dormir e aproveitávamos. Subíamos às árvores e depois havia sempre algum ramo que se partia. O resultado eram algumas arranhadelas”, recorda.
João Oliveira e Sousa recorda que em alguns anos havia mais alguns elementos nas actividades de Quinta-Feira de Ascensão como o desmame dos bezerros.
Era como que fosse um jogo, refere. A ideia era separar a mãe do bezerro e o contrário. Uma tarefa que diz ser difícil devido à força dos animais e por isso aproveitava-se o facto de se juntar muita gente. “O desmame dos bezerros era também uma espécie de desmame dos miúdos porque era quando começavam a fazer as coisas sozinhos”, admite.
O Provedor da Santa casa da Misericórdia de Salvaterra de Magos tem pena que a Quinta-Feira de Ascensão não seja feriado nacional como acontecia quando era mais pequeno. Para João Oliveira e Sousa, a Ascensão já não é o que era porque as pessoas são mais individualistas e os jovens agora só querem saber das novas tecnologias. Ainda assim, como apologista da preservação das tradições, fez questão de transmiti-las aos netos.