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Há 130 lares ilegais sinalizados no distrito de Santarém
Miguel Borges é o presidente da Comissão Distrital da Protecção Civil e também presidente do município de Sardoal

Há 130 lares ilegais sinalizados no distrito de Santarém

Dados foram revelados pela Comissão Distrital da Protecção Civil. Presidente deste organismo, Miguel Borges, refere que o número está em actualização e pode pecar por defeito.

O distrito de Santarém tem sinalizados cerca de 130 lares ilegais em funcionamento, número que está em actualização e que pode “pecar por defeito”, abrangendo “largas centenas de utentes e funcionários”, segundo fonte da Protecção Civil distrital.
“Há um número que à partida entendemos que é capaz de pecar por defeito, mas que no distrito de Santarém andará à volta de 130 estruturas destas”, revelou o presidente da Comissão Distrital da Protecção Civil, Miguel Borges, indicando que a estrutura a que preside pretende apurar o número exacto através do cruzamento de dados da Segurança Social, das estruturas municipais de protecção civil, entidades de saúde e outras.
“[O objectivo principal é] poder bater à porta destas pessoas, dizer que estamos aqui para ajudar enquanto protecção civil municipal e saúde pública e saber se precisam de alguma coisa, se as pessoas estão em condições dignas daquilo que é a condição humana e, se não estiverem, dizer que estamos aqui para ajudar”, explica Miguel Borges, que é também presidente da Câmara de Sardoal.
O autarca refere que este não é o momento de fiscalização ou de inspecção propriamente dita, mas sim perceber se as pessoas estão bem e se é preciso ajudar também nos testes [à Covid-19] para os funcionários” desses equipamentos. “Esta é a hora de tratar todos por igual, estejam as pessoas em estruturas legais ou nas chamadas ilegais”, declara.
Para Miguel Borges, o número de lares ilegais no distrito de Santarém é significativo, lembrando que as casas de acolhimento de idosos têm um mínimo de três utentes, o que a lei permite, e se 130 estão ilegais é porque terão mais, algumas até com muitas dezenas de idosos. “Basta fazer as contas para vermos que falamos de largas centenas de pessoas, entre idosos e funcionários”, acrescenta.
O presidente da Comissão Distrital de Protecção Civil de Santarém disse ainda que o processo em curso abarca diferentes tipologias de actuação e que as mesmas se prendem com as condições sanitárias e com a existência ou não de infectados com SARS-Cov-2.

Missão pedagógica e preventiva
Miguel Borges diz que durante a visita a esses espaços serão apuradas as condições mínimas da casa de acolhimento ilegal e, caso não cumpram o exigido, a actuação passa por procurar outras estruturas de retaguarda já referenciadas para instalar os idosos com único objectivo de salvaguardar os utentes”. O objectivo, reitera, “é ajudar, numa atitude pedagógica e preventiva”, designadamente com os “testes aos cuidadores, tal como acontece com os funcionários das Estruturas Residenciais Para Idosos e das Instituições Particulares de Solidariedade Social”.
A realidade do distrito de Santarém, afirmou Miguel Borges, deverá ser transversal a todo o país, lembrando existir uma população muito idosa e onde a esperança de vida é cada vez maior, não tendo as estruturas referenciadas como legais capacidade de resposta para tanta procura.
O autarca defende esta é uma situação que deve entrar na agenda política, sendo também uma “oportunidade e um ponto de partida” para a eventual legalização destas situações, para todos poderem trabalhar descansados e os idosos estarem protegidos.

Há 130 lares ilegais sinalizados no distrito de Santarém

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