A Câmara de Santarém já investiu até ao momento cerca de 200.000 euros para assegurar a igualdade de oportunidades de aprendizagem aos alunos do concelho, revelou a autarquia. Na última sessão da assembleia municipal, o presidente do município, Ricardo Gonçalves, estimou que os apoios concedidos em várias frentes, neste tempo de confinamento social e combate à pandemia, atinjam um milhão de euros.
Mesmo assim, a bancada socialista queria mais e sugeriu a redução de taxas e impostos municipais como forma de apoio à economia local. Ricardo Gonçalves não está para aí virado e disse também que não iria “entrar em leilões” com outros municípios para ver quem dava mais, sublinhando que muitas das medidas de apoio implementadas foram concertadas no seio da CIMLT.
Na semana passada o município distribuiu 300 ‘routers’ e cartões de acesso à Internet, permitindo aos agrupamentos escolares que disponibilizem computadores portáteis existentes nas escolas, num alargamento do acesso ao ensino à distância a 600 alunos.
Em comunicado, a Câmara de Santarém afirmou que a aquisição deste equipamento, um investimento da ordem dos 20.000 euros, visou minimizar as necessidades identificadas no levantamento de dados sobre “ensino à distância” feito pela Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência no âmbito das medidas decorrentes da pandemia da Covid-19.

“Não nos queiram pôr a substituir a administração central”
O município de Santarém já tinha adquirido 300 conjuntos “Escola Remota Packs”, compostos por portátil tátil, ‘router’ e cartão Internet para três meses, que distribuiu pelos quatro agrupamentos de escolas do concelho, para permitir a continuidade da actividade lectiva aos alunos do 1º ciclo, refere a nota.
Somam-se a esses apoios na área da educação, a compra de materiais de protecção individual, a aquisição de uma tenda, suspensão de tarifas na factura da água para IPSS e pequenas empresas, apoio à compra de ventiladores no âmbito da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), entre outras medidas.
Na última sessão da assembleia municipal, em resposta ao eleito Carlos Nestal (PS), que perguntou se havia alguma estratégia de apoio à economia local, designadamente com a baixa de impostos e taxas municipais, Ricardo Gonçalves disse que isso não estava a ser equacionado. Até porque o município precisa de ter capacidade financeira para dar mais apoios, pois vem aí uma crise profunda. “Vamos rever as medidas tomadas e não nos vamos desviar das nossas obrigações, mas não nos queiram pôr a substituir a administração central”, afirmou.