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Autarcas de VFX querem oleoduto longe das populações
Canal do Alviela atravessa zonas densamente populosas de cidades como Alverca, Forte da Casa e Póvoa de Santa Iria

Autarcas de VFX querem oleoduto longe das populações

Assembleia municipal pronunciou-se contra o abastecimento de combustível ao aeroporto de Lisboa através da desactivada conduta de água do Alviela, que atravessa vários aglomerados urbanos densamente povoados.


Os eleitos da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira aprovaram na última semana, por maioria, – com a abstenção do Bloco de Esquerda – uma proposta que rejeita a passagem no concelho, através da desactivada conduta de água do Alviela, de um novo oleoduto de abastecimento ao aeroporto de Lisboa.
A proposta foi apresentada pela bancada da coligação Mais, liderada pelo PSD, que é a favor da construção do oleoduto mas apenas se for afastada das malhas urbanas. Recorde-se que o canal do Alviela, que em tempos foi a principal fonte de fornecimento de água potável à cidade de Lisboa, atravessa o concelho vilafranquense em zonas densamente habitadas, numas zonas a descoberto e noutras enterrado debaixo de jardins e áreas comuns.
“O traçado da conduta passa no centro das principais cidades do concelho. São zonas altamente povoadas, com fracos acessos rodoviários e que, em caso de catástrofe, não seriam suficientes para acudir à população”, refere a proposta agora aprovada. Oleoduto sim, mas longe das populações, é a palavra de ordem concertada entre as bancadas que aprovaram o documento.
Em 1995 já tinha sido concretizado um primeiro projecto de ligar, através de conduta, o centro logístico de combustíveis de Aveiras de Cima ao aeroporto da Portela mas o Estudo de Impacte Ambiental acabou chumbado devido, entre outros considerandos, ao risco existente para as populações e os múltiplos impactos ambientais causados nas faixas de exclusão necessárias para a sua passagem.
O anúncio da adaptação do canal do Alviela para permitir abastecimento de combustíveis foi feito em Maio de 2019 e a obra deverá estar pronta no primeiro semestre de 2021 com um custo estimado a rondar os 40 milhões de euros.
A solução, como O MIRANTE já tinha noticiado, não tem agradado aos autarcas e alguns moradores porque isso ditará a passagem de milhões de litros de combustível Jet A1 pelo interior das malhas urbanas de localidades como Alverca, Forte da Casa e Póvoa de Santa Iria. Só no Forte da Casa e na Póvoa residem mais de 40 mil pessoas.
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita, também já avisou o Governo para ter calma porque “já passam acessibilidades a mais” em Vila Franca de Xira e diz que o melhor era o seu concelho começar a preparar-se para cobrar portagens por todas as acessibilidades que tem de ceder a Lisboa.
“A passagem do oleoduto no nosso território não será uma coisa interessante”, assume o autarca. E diz mesmo que deverá haver técnicas que tranquilizem a comunidade face aos riscos inerentes de uma estrutura deste tipo. “Se pudesse passar mais ao lado era bom. Teremos de ver como esta situação irá evoluir”, avisa.

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