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Dívidas do Estado à Rodoviária do Tejo agravam saúde da empresa
Orlando Ferreira

Dívidas do Estado à Rodoviária do Tejo agravam saúde da empresa

Entidades públicas devem dois milhões às três transportadoras do grupo Rodoviária do Tejo. Com um sector em agonia, empresa pede pagamento imediato e sugere que sejam alocadas verbas dos transportes escolares para aliviar a doença dos transportes públicos.

A operadora de transportes públicos que opera no distrito de Santarém ainda não está ligada ao ventilador mas a saúde financeira da empresa está comprometida e os organismos públicos não estão a contribuir para o tratamento. Se as entidades do Estado pagassem o que devem à Rodoviária do Tejo esta conseguia respirar melhor, já que as medidas do Governo de apoio à sustentabilidade do sector dos transportes públicos de passageiros são um analgésico que apenas alivia a quebra de receitas decorrentes das medidas de combate à pandemia. A Rodoviária do Tejo que tem no seu grupo mais duas transportadoras, as rodoviárias do Lis e a do Oeste, está a arder com dois milhões de euros, dos quais cerca de 60 por cento dizem respeito à empresa mãe.
O grupo Rodoviária do Tejo não despediu motoristas apesar de os autocarros andarem vazios ou com muito pouca gente, está actualmente em lay-off para se aguentar e prevê que esta crise está para durar e que a recuperação vai ser lenta. Por isso, apela a que “a parte pública assuma a sua responsabilidade” e que as entidades procedam “de imediato” ao pagamento das suas dívidas.
O administrador executivo da Rodoviária do Tejo, Orlando Ferreira, diz que o pagamento da dívida é um grande bálsamo para assegurar algumas situações de tesouraria da empresa. Em declarações a O MIRANTE garante que o grupo quer manter os postos de trabalho e revela que dos custos da empresa mais de metade são fixos, com a frota, instalações e motoristas.
O sector está numa situação difícil devido à quase inactividade e às medidas determinadas pela Direcção-Geral de Saúde. Neste momento não estão a ser feitos transportes escolares devido ao fecho das escolas. Orlando Ferreira sugere que seja alocada pelo menos uma parte das verbas dos transportes escolares para a sustentabilidade dos transportes públicos. O administrador dá como exemplo a decisão da Associação de Municípios do Algarve que alocou a totalidade das verbas dos transportes escolares, que representam cerca de 40% da receita das carreiras, para compensar as transportadoras.
Orlando Ferreira sublinha a posição de rigor da Rodoviária do Tejo, enquanto operadora de um serviço público, no cumprimento de medidas de combate à Covid-19, como o isolamento do lugar do motorista, a redução da lotação para um terço, a desinfecção de espaços comuns e viaturas. Situação que agravou o défice de exploração do serviço de transporte, não tendo a empresa onde ir buscar receitas para continuar a prestar um serviço essencial. O administrador agradece e congratula-se com o Decreto-Lei nº 14-C/2020 que prevê mecanismos que promovam a sustentabilidade do serviço público de transportes, mas realça que bem espremidas as medidas são uma ninharia que não representam mais de 18 por cento das receitas que a empresa tinha.

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