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Futebol de formação no Cartaxo definhou  com a perda do Campo das Pratas
Luís Salgueiro tem no currículo a conquista de uma Taça do Ribatejo

Futebol de formação no Cartaxo definhou  com a perda do Campo das Pratas

Luís Salgueiro desempenhou nos últimos sete anos os cargos de coordenador técnico e membro da comissão administrativa do Sport Lisboa e Cartaxo. Numa conversa com O MIRANTE explica a sua saída e afirma que a perda do Campo das Pratas foi um duro golpe no futebol de formação no Cartaxo. Clube vai eleger nova direcção a 8 de Maio.


Luís Salgueiro terminou recentemente a ligação ao Sport Lisboa e Cartaxo (SLC) depois de uma relação que durou cerca de 30 anos. Nos últimos sete anos desempenhou as funções de coordenador técnico e de membro da comissão administrativa. O acumular de problemas no clube e o cansaço ditaram a sua saída. “Estava a ganhar demasiados vícios”, refere.
Luís Salgueiro foi treinador de quase todos os escalões do clube e tem no currículo a conquista de uma Taça do Ribatejo. A última experiência como técnico foi no ano passado, com as equipas de petizes e benjamins. “Foi a melhor forma de me despedir. Voltei às origens e percebi que afinal o SLC pode ter futuro”, refere.
Mas os acontecimentos na vida do clube contam outra história. Nos últimos quatro anos perdeu cerca de uma centena de atletas, embora tenha recuperado uma pequena parte em 2019. Luís Salgueiro afirma que a perda do Campo das Pratas foi um rude golpe no futebol de formação do clube. “Perdemos a nossa casa. Deixámos de ter condições para potenciar os jovens e desorganizámo-nos”, explica.
Luís Salgueiro não poupa críticas ao comportamento de alguns ex-dirigentes e pais que contribuíram para a falência da organização do clube quando perderam as instalações desportivas do Campo das Pratas. “Antigamente acompanhavam-nos para todo o lado. Só cá andaram enquanto o clube lhes deu dinheiro a ganhar”, critica.
A criação da SAD (Sociedade Anónima Desportiva) e a entrada de um grupo de investidores foi a salvação para a equipa de futebol sénior, mas trouxe consequências para os escalões mais jovens do clube, que sempre foram reconhecidos. Mas acrescenta que o clube perdeu créditos ao nível da formação. No futuro espera que a SAD consiga maior estabilidade e organização para que o Sport Lisboa e Cartaxo volte a viver dias felizes.

Assembleia geral a 8 de Maio para eleger nova direcção

O grupo de sócios que se vai candidatar à liderança da direcção do Sport Lisboa e Cartaxo já está a trabalhar na próxima temporada do clube apesar das incertezas em relação à época desportiva que se avizinha.
Estão a ser definidas equipas técnicas certificadas para todos os escalões. Outra das grandes prioridades deste projecto passa por encontrar alternativas para um campo de apoio na cidade do Cartaxo, que possa ajudar a reaproximar o clube à terra e aos sócios.
O grupo de sócios que está a formar uma direcção para se apresentar em assembleia geral no dia 8 de Maio conta com vários ex-atletas do clube e dirigentes que prometem dar o seu melhor pelo clube histórico da terra.

Os mais prejudicados pela perda do Campo das Pratas foram os jovens

A formação do Sport Lisboa e Cartaxo foi quem mais sofreu com a perda do Campo das Pratas. Os atletas dos escalões mais jovens foram obrigados a treinar e jogar noutros campos, alguns no concelho vizinho de Azambuja. Os pais começaram a fartar-se de andar de um lado para o outro e o clube começou a ter gastos excessivos no aluguer dos campos, chegando a ter de suportar rendas mensais de 750 euros.
O SL Cartaxo ficou sem as instalações do Campo das Pratas há cerca de quatro anos mas a história é mais antiga. Manuel Marques, proprietário do terreno onde está o campo de futebol, moveu uma acção de despejo contra o clube em Novembro de 2003. Para tentar resolver o litígio, o município, na altura liderado pelo socialista Paulo Caldas, celebrou um contrato de arrendamento que incluiu a possibilidade de uma futura operação de loteamento do prédio onde está inserido o campo de futebol e as infra-estruturas de apoio.
A falta de pagamento das rendas por parte do município levou os proprietários a avançar com uma acção para resolução do contrato e devolução imediata do terreno. A acção foi executada em Março de 2015 e o município, já liderado por Pedro Magalhães Ribeiro, teve de pagar 2.500 euros por cada mês entre a cessação do contrato e a entrega efectiva do imóvel. A autarquia teve ainda de pagar cerca de 39 mil euros antes da entrega do imóvel ao proprietário. Mais recentemente, o Sport Lisboa e Cartaxo ainda iniciou negociações com Manuel Marques mas não chegou a acordo.

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