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Câmara de Azambuja compra testes sem eficácia para detectar coronavírus

Município investiu 10 mil euros em testes que apenas ajudam a perceber o grau de severidade que a doença pode ter numa pessoa com outras patologias. São ineficazes para a detecção do novo coronavírus.

A Câmara de Azambuja anunciou a compra a uma empresa privada de testes de despistagem à Covid-19 no valor de 10 mil euros para serem utilizados em lares de idosos, corporações de bombeiros e profissionais de saúde. No entanto os testes são ineficazes na detecção do novo coronavírus.
Segundo o presidente do município, Luís de Sousa, a utilização dos testes aguardava validação da Administração Regional de Saúde (ARS). Contactada por O MIRANTE, esta entidade diz nada ter a ver com o assunto, já que se trata de um investimento daquele município e de testes que não detectam a Covid-19. Em falta estão ainda os recursos humanos habilitados para os realizar depois de uma parceria falhada com a Cruz Vermelha Portuguesa que alega falta de meios para disponibilizar.
O que estes testes permitem, explica o presidente do município, Luís de Sousa, em comunicado, é uma pré-avaliação que ajuda a perceber o grau de severidade que a doença pode ter em pessoas com outras patologias.
Os únicos testes que detectam a presença do vírus são os PCR através de amostras colhidas com zaragatoas nas vias respiratórias. São estes testes, segundo explica a Direcção-Geral de Saúde, que devem ser aplicados a todos os casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus. Além destes, existem ainda os testes serológicos que ajudam a perceber quem adquiriu imunidade a este vírus. A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, já anunciou que Portugal vai começar a realizá-los.

Oposição PSD questiona utilidade
A compra e utilidade destes testes adquiridos pela Câmara de Azambuja foi questionada pela oposição social-democrata através de uma publicação na página de Facebook dos dois vereadores. Rui Corça e Maria João Canilho reconhecem alguma utilidade a estes testes no caso de serem aplicados em idosos que têm maior probabilidade de “vir a ter problemas graves” de saúde. No caso de serem usados em “profissionais de saúde, de socorro, cuidadores e outras pessoas mais expostas e com alta probabilidade de serem eles os transmissores do vírus, a utilidade será mais relativa”. Os social-democratas tinham proposto em reunião do executivo de maioria socialista a compra de testes de zaragatoa mas em vez disso, criticam, a Câmara de Azambuja adquiriu testes que “não são de diagnóstico nem de imunidade”.
O presidente da Câmara de Azambuja defende esta medida como benéfica para a população, já que se o resultado do teste, que demora apenas 15 minutos, apresentar risco elevado é possível realizar testes de zaragatoa, que seriam encaminhados pela empresa que os fabrica para o Instituto de Medicina Molecular.

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