Diariamente milhares de litros de água potável estão a ser desperdiçados em Vila Franca de Xira, na Rua Fausto Nunes Dias, e a situação está a gerar indignação na comunidade. Tratando-se de um bem escasso, vários moradores dizem não compreender como é que a situação se pode arrastar há um mês e duas semanas sem que nada esteja aparentemente a ser feito para corrigir ou resolver o problema.
Além do evidente desperdício, a situação configura também uma situação de risco porque a rua é íngreme e o piso molhado faz com que vários moradores já tenham escorregado, por exemplo, quando vão colocar o lixo no contentor.
Américo Velosa é um dos moradores da rua que não esconde a indignação pelo facto da água estar a correr “como um rio” rua abaixo durante tanto tempo. A fuga tem origem nas instalações onde estão os depósitos de água dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Vila Franca de Xira mas o município explica que a ruptura é da responsabilidade da Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL), a qual já foi informada da situação.
A O MIRANTE, a EPAL informa que está a trabalhar para concluir a reparação, que é complexa, o que deverá acontecer no início de Maio. Explica que se trata de uma ruptura na conduta que abastece o reservatório da Fonte Nova e que está a monitorizar a perda de água que daí resulta. A EPAL refere que já foram feitas algumas reparações nos dias 26 e 31 de Março e que, “apesar da prioridade” dada a esta reparação, o estado de emergência em que o país vive está a condicionar os trabalhos e a chegada do material necessário para concluir a reparação.

Zona precisa de mais atenção
Vários moradores da Rua Fausto Nunes Dias e da vizinha Travessa João Duarte Fróis em Vila Franca de Xira, ouvidos pelo nosso jornal, lamentam ainda o estado de degradação em que a área envolvente se encontra, incluindo a necessidade de desmatar e conservar uma faixa de terreno cuja manutenção é também da responsabilidade da EPAL. “Há lixo, ratos, uma porcaria. Como isto está desleixado as pessoas até vêm pôr os cães a fazer as necessidades neste local. Precisamos que olhem mais por nós e por estes espaços”, lamenta Alberto Oliveira, outro morador da zona.
Outro dos problemas reportados por quem ali vive é a falta de contentores do lixo e de um espaço que evite que estes saiam do sítio. Há alguns meses um contentor deslocou-se e embateu num automóvel. A câmara municipal explica que existe uma base de betão para manter o contentor de mil litros no local. Mas quem ali vive diz que não chega.