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Desconfinamento exige responsabilidade individual e colectiva
foto DR Duarte Cordeiro

Desconfinamento exige responsabilidade individual e colectiva

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, é o coordenador regional de Lisboa e Vale do Tejo no combate à pandemia de Covid-19. Esteve no sábado em Almeirim para inaugurar o crematório da cidade e falou do que tem sido feito para mitigar o contágio na zona do país mais atacada pelo coronavírus.

O desconfinamento está a decorrer dentro das expectativas?

É importante sabermos que estamos numa nova fase de desconfinamento, mas no caso da região de Lisboa e Vale do Tejo vamos continuar a ter algumas regras de contenção na Área Metropolitana de Lisboa. No caso concreto do distrito de Santarém, passa-se para uma fase de maior desconfinamento, que deve ser acompanhado de uma responsabilização individual e colectiva e por uma vigilância da nossa parte relativamente a novas situações que devem surgir. Esse desconfinamento significa que vai retomar-se um conjunto de actividades, como por exemplo as cerimónias religiosas, o que implica este princípio de precaução relacionado com o distanciamento social que devemos cultivar.

Perante o evoluir do número de casos em Lisboa e Vale do Tejo o Governo está a preparar medidas específicas para o controlo do contágio nesta região?

Sim. O Governo entendeu que na Área Metropolitana de Lisboa devia adiar-se a abertura de superfícies comerciais de maior dimensão, Lojas do Cidadão de maior dimensão e devíamos apertar a vigilância num conjunto de situações, nomeadamente na construção civil e em algumas áreas ligadas aos serviços. E é isso que vamos fazer já, aumentando de forma significativa a despistagem. Na mesma medida que testámos no passado alguns sectores que nos pareceram que justificavam uma atenção maior pelo risco, também vamos fazê-lo agora na Área Metropolitana de Lisboa. Nem todo o território merece a mesma atenção. O distrito de Santarém não está nesse grupo que vai ter uma vigilância mais apertada, mas isso não significa que devemos relaxar relativamente às medidas que devemos continuar a tomar.

Há queixas de que os autocarros e comboios têm estado sobrelotados, sobretudo nas zonas de Azambuja e Vila Franca de Xira. O que o Governo tem feito e o que pode fazer mais para resolver a situação?

São situações muito diferentes. Do ponto de vista da CP, não se verifica um problema de lotação, pode verificar-se sim um problema de ajuntamento à entrada e à saída das estações. No caso da Azambuja foi feita uma reunião com a Plataforma Logística, a CP e o ministro das Infraestruturas. Foram tomadas decisões de melhoria de sinalética para ter uma atitude pedagógica junto dos passageiros para não se juntarem nas carruagens da frente e procurarem cumprir o distanciamento à saída da estação.

No caso dos autocarros as reclamações têm sido muitas devido à escassez da oferta.

Existem problemas em alguns territórios da região, nomeadamente a falta de oferta de transporte rodoviário, mas temos estado a trabalhar no sentido de aumentar essa oferta. Depois existe uma terceira questão, que diz respeito ao transporte de trabalhadores por parte de algumas empresas. E aí identificámos um problema e procurámos corrigi-lo tornando claro que tem de haver maior protecção nesse transporte, quer no uso de máscara quer na lotação.

Numa altura em que já ascende a mais de uma centena o número de infectados com Covid-19 na Sonae em Azambuja, que medidas estão a pensar tomar?

O Centro Logístico da Azambuja, apesar de não fazer parte da Área Metropolitana de Lisboa, vai estar incluído nas despistagens que vamos realizar e os princípios que vamos adoptar são os mesmos que temos feito até agora. Vamos alargar muito os testes e isolar todas as situações que encontrarmos.

Um dos problemas que tem sido identificado na zona de Lisboa tem a ver com o transporte dos trabalhadores de construção civil. Aqui no Ribatejo há muito transporte de pessoas para o trabalho agrícola. Isso também está entre as preocupações do Governo?

É uma preocupação, por isso no Conselho de Ministros foram alteradas as regras relativamente ao transporte das empresas e é importante que elas as cumpram. Foi identificado que o transporte de trabalhadores poderia não estar a cumprir as medidas no que tem a ver com o distanciamento, lotação e uso obrigatório de máscaras. As autoridades vão estar muito atentas e verificar se os transportes de trabalhadores cumprem ou não. Essa não é uma regra específica para esta região, mas a nível nacional.

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