O presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa (PS), quer um cerco sanitário em volta da Quinta da Mina, em Azambuja. Não por causa dos nove casos positivos de Covid-19, mas porque não acredita que as pessoas infectadas respeitem a quarentena a que são obrigadas por lei.
É um “tiquezinho” autoritário que se tem manifestado um pouco por todo o país, nomeadamente a nível autárquico, e que nos mostra que não estamos muito saudáveis em termos de respeito pelas liberdades individuais. Temos no país demasiados adeptos das teorias trogloditas do “isto só lá vai à porrada” e do “metam-nos todos num buraco bem fundo e tapem com cimento”.
O autarca diz que tem insónias quando pensa no incumprimento da quarentena por parte dos infectados que, na sua opinião, não são pessoas como nós e não pertencem a famílias como as nossas. É lamentável ouvir tal coisa. As diferenças não se combatem recorrendo à discriminação.
Hélia Morgado Pires