Pais de criança com cancro lutam por um milagre
Xavier Almeida tem 19 meses e sofre de astrocitoma desmoplasico infantil, um cancro muito raro no cérebro proveniente de uma mutação genética. Neste momento o menino, de Santarém, está internado, em coma induzido, no IPO de Lisboa.
Os pais de Xavier Almeida, de 19 meses, continuam com esperança em encontrar um tratamento para o filho que sofre de astrocitoma desmoplasico infantil, um cancro muito raro no cérebro, proveniente de uma mutação genética. Ana Baptista e Rúben Almeida, residentes em Santarém, não se resignam perante a opinião dos médicos de que não há mais nada a fazer e decidiram abrir há poucas semanas uma conta solidária e a página no Facebook “Xavier – Um Guerreiro de Ouro”. O objectivo é divulgar o mais possível a doença do Xavier e conseguir angariar dinheiro para um tratamento no estrangeiro.
A mãe, de 30 anos, que trabalhava numa loja de telecomunicações em Santarém e que agora dedica-se exclusivamente ao filho, conta que, de início, pretendia apenas dar a conhecer o caso para que chegasse a todo o lado. Mas, devido aos elevados custos dos tratamentos, surgiu também a ideia de abrir uma conta solidária. “Neste momento não nos podemos ir abaixo. Temos de fazê-lo pelo nosso filho”, afirma.
Xavier sempre foi uma criança muito viva e cheia de saúde até aos nove meses. Em Setembro de 2019 a ama da criança apercebeu-se de um pequeno estrabismo e alertou os pais. Na altura, Ana e Rúben decidiram levar o menino ao Hospital de Santarém e logo na ressonância magnética foi possível detectar uma grande massa na cabeça e os médicos diagnosticaram uma paralisia do lado esquerdo. O menino foi levado de urgência para o Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, onde se confirmou o pior.
Seguiu-se uma cirurgia à cabeça para retirar o tumor e quatro semanas de internamento com muitos percalços pelo meio. Quando se esperavam melhoras, após uma ressonância magnética de revisão realizada em Outubro de 2019, o pesadelo voltou novamente para Ana e Ruben. O tumor tornou a crescer e Xavier teve de iniciar novamente tratamentos. Fez vários ciclos de quimioterapia e teve de levar um dreno na cabeça, sem grandes resultados. O “maldito cancro”, como designa Ana Baptista, aumentou e o menino teve de ser sujeito, em Março deste ano, a mais três ciclos de quimioterapia, desta vez mais agressiva.
“Foram momentos muito difíceis, mas sempre acreditei que tudo ficaria bem. Enganei-me”, admite Ana Baptista a O MIRANTE, recordando que foi já em Maio que os médicos lhe disseram que não havia mais nada a fazer no caso de Xavier. Com o filho internado no IPO de Lisboa, em coma induzido há 16 dias depois do menino sofrer um derrame cerebral à conta do tumor, Ana e Ruben mantêm acesa a chama da esperança. “Por muito que confie na equipa médica que acompanha o Xavier não aceito. Tem de haver algo que ajude a acabar com este bicho”, desabafa a mãe emocionada.
Amostras já foram para Barcelona
Depois da história de Xavier ficar conhecida o Hospital Sant Joan de Deu Barcelona, em Espanha, foi um dos primeiros a interessar-se em estudar o caso do menino. Entretanto, os pais já pagaram os 606 euros de custo da segunda opinião médica e foi enviada a análise e amostra do tumor para o hospital espanhol. Também o Boston Children’s Hospital, nos Estados Unidos da América, se mostrou disponível para analisar a situação do menino.