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Pressão popular embaraça autarcas e leva à suspensão de obra na Póvoa de Santa Iria
Moradores da Póvoa de Santa Iria deram um sinal de união e juntaram-se em protesto contra obra municipal

Pressão popular embaraça autarcas e leva à suspensão de obra na Póvoa de Santa Iria

Em causa está a construção de 30 lugares de estacionamento num espaço verde da Rua João Lopes Raimundo. Em dois dias mais de 1.200 pessoas assinaram uma petição e um abaixo assinado. Junta acabou por pedir à câmara o cancelamento da obra depois de um protesto público no local com dezenas de moradores.

Uma enorme mobilização e contestação popular levou os autarcas da Câmara de Vila Franca de Xira e da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria a suspenderem a construção de um parque de estacionamento num espaço verde da Rua João Lopes Raimundo, na Póvoa de Santa Iria.
É um dos últimos espaços verdes que existem naquela cidade e a população não gostou de saber que o jardim que ajudou a construir há mais de duas décadas iria ser parcialmente ocupado com um parque de estacionamento para 30 automóveis. No sábado, 20 de Junho, dezenas de pessoas juntaram-se no local criticando a obra. Mais de mil pessoas assinaram em dois dias uma petição contra os trabalhos e 200 um abaixo assinado. Poucas horas depois do protesto o presidente da junta, Jorge Ribeiro, acabou por pedir à câmara para cancelar a obra. Mas deixou um aviso nas entrelinhas: depois disto não se venham queixar de falta de sítio para estacionar.
Os moradores dizem que há falta de estacionamento noutras zonas da Póvoa, especialmente aquelas onde foram criadas ciclovias, mas que isso nada tem a ver com este local. Acusam o município e a junta de prepotência e de impor uma solução de estacionamento numa zona onde ninguém o pediu.
“É um atentado ambiental e temos aqui um espaço verde de excelência. Há muita opção para fazer estacionamento. Aqui é um perfeito disparate”, critica Margarida Henriques, moradora da zona. Outro residente, Tiago Rodrigues, lamenta que os moradores não tenham sido envolvidos numa fase inicial do projecto e garante que caso a obra avance os moradores não vão deixar. “Temos aqui um pequeno paraíso. Isto está bem mantido e é para continuar, destruir é que não”, apela.
As explicações da câmara
Depois do protesto dos moradores o presidente da câmara, Alberto Mesquita, reuniu-se com os residentes e, depois de ouvir as opiniões da população, acabou por lhes dar a garantia de que a obra iria ser cancelada. A autarquia explica que a construção da bolsa de estacionamento resultava de um compromisso assumido com a população da cidade em criar mais lugares para estacionar. Alberto Mesquita, presidente da câmara, já tinha avisado que nalguns locais seria preciso sacrificar zonas verdes por falta de outros terrenos municipais disponíveis.
As zonas de implantação destas bolsas de estacionamento foram previamente analisadas pela câmara e junta de freguesia, “fazendo uma avaliação técnica cuidada quanto aos espaços que detêm condições para o efeito”. O município assegura que a obra teria “impactos mínimos” na zona verde, mas admite que iria obrigar ao abate de três árvores, a poda de outras 12, bem como o transplante e replantação de espécies arbóreas e sementeira. “Ou seja, será feito um trabalho de requalificação e valorização daquela zona verde. A criação desta bolsa destinava-se a acabar com o estacionamento desordenado de veículos em cima de passeios, impedindo a normal circulação pedonal, e em cima dos próprios espaços verdes ali existentes”, refere a câmara.

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