A nova direcção da Nersant, que vai a votos dia 27 de Julho, vai ter três vice-presidentes e 12 elementos, menos quatro do que a actual direcção. O conselho geral foi reduzido para 23 empresas quando no anterior mandato era composto por 41. Nos núcleos não há alterações significativas. O candidato a presidente em Ourém mantém-se, embora com o nome de outra empresa. No Cartaxo a direcção foi reforçada com mais duas empresas. No Sorraia passou de cinco para três e houve mexidas na composição da direcção. Domingos Chambel é o mais que certo novo presidente, já que encabeça a única lista.
A maior novidade na nova direção da associação é a eleição de três vice-presidentes. Um deles é o ex-presidente da Câmara de Torres Novas, António Rodrigues, que já foi presidente da assembleia geral da Nersant no tempo da gestão de José Eduardo Carvalho. Em princípio, deverá ser ele o substituto de Domingos Chambel na direcção da associação em períodos de ausência ou outros compromissos profissionais ou pessoais do presidente. António Rodrigues acabou de criar um movimento político em Torres Novas para atacar a presidência da câmara municipal, que dirigiu durante três mandatos e que, entretanto, entregou ao seu camarada de partido, Pedro Ferreira. Na assembleia geral e no conselho fiscal as mexidas não são significativas em relação aos actuais corpos sociais. Salomé Rafael, a presidente da direcção que agora cessa funções, não aparece em nenhum lugar, embora tivesse avisado na última assembleia, em que se despediu dos sócios, que saía da direcção mas não abandonava a Nersant.

Chambel chega finalmente a presidente

A eleição de Domingos Chambel como presidente da Nersant vai concretizar-se ao fim de uma década. Era Chambel que estava na calha para substituir José Eduardo Carvalho, pela amizade que os une, mas foi Salomé Rafael que à última hora convenceu o ex-presidente que seria a melhor opção. A condição era que fizesse no máximo dois mandatos e depois entregasse a presidência a Domingos Chambel. Salomé prolongou a sua presidência por quatro mandatos dando origem a alguns “levantamentos de rancho” por parte de Chambel, que várias vezes bateu o pé às recandidaturas de Salomé Rafael, sem êxito.
Desses episódios ficou na história uma reunião num hotel de Santarém. Desses afrontamentos resultaram algumas reuniões com associados para se definirem estratégias contra a oposição de Domingos Chambel. A verdade é que Chambel nunca avançou com lista alternativa e aceitou sempre o lugar de vice-presidente, que lhe dava algum conforto e esperança de chegar ao lugar de presidente, acabando por aceitar manter-se sempre na sombra de Salomé Rafael, ameaçando partir a loiça mas sempre só para criar ruído.
Dez anos depois, num período de crise mundial, Domingos Chambel chega à presidência da Nersant, sem grandes mexidas nos órgãos sociais.