Desde que, há cerca de um ano, o Grupo Lleon passou a ser o accionista maioritário da SAD (Sociedade Anónima Desportiva) do Centro Desportivo de Fátima o emblema tem vivido dias conturbados. O descalabro começou com a saída de nove jogadores do plantel principal por salários em atraso no início deste ano, a que se seguiu um pedido de insolvência da SAD, ainda por resolver, requerido pelo ex-director desportivo, Paulo Neto Santos, também devido a salários em atraso.
Mas as queixas de má gestão estendem-se a outras empresas e pessoas do concelho de Ourém. O MIRANTE confirmou junto de fonte segura que a proprietária de um prédio onde viveram durante alguns meses mais de duas dezenas de jogadores só terá recebido dois meses de renda, tendo ficado por pagar, pelo menos, mais seis meses. O prédio foi desocupado entretanto mas a senhoria recebeu as instalações literalmente transformadas numa lixeira.
Há ainda empresas que se queixam da falta de pagamento de facturas de serviços, nomeadamente uma loja especializada em serviços de limpeza e lavandaria que reclama centenas de euros por vários serviços prestados ao clube.
O MIRANTE contactou a SAD do Fátima para pedir esclarecimentos mas até ao fecho da edição (terça-feira) não obteve resposta.
Recorde-se que o Grupo Lleon, uma holding de um grupo internacional de empresas e investimentos, é detido pelos empresários Noel Gomes e Mário Lopes. No início da época desportiva anterior, assim que se tornaram accionistas maioritários da SAD do Fátima, os empresários prometeram fazer uma profunda reorganização de gestão tanto a nível estrutural como organizacional.
Recentemente, já com o processo de insolvência a decorrer, contrataram o antigo internacional brasileiro, Carlos Mozer, para treinador e líder de um projecto que dizem pretender “transformar o CD Fátima num exemplo de excelência desportiva sem nunca descurar a sustentabilidade e o rigor financeiro”, segundo nota informativa assinada por Noel Gomes.