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Uma oposição construtiva não faz mossa ao poder
Daniel Pinto

Uma oposição construtiva não faz mossa ao poder

Na Câmara de Rio Maior a oposição à maioria PSD/CDS, liderada pelo social-democrata Filipe Santana Dias, é, desde 2017, protagonizada por dois vereadores do PS num executivo com sete eleitos. Daniel Pinto é a principal voz da oposição e um veterano nessas funções, mas pouca mossa tem feito apesar de estar no terceiro mandato consecutivo a fazer frente ao poder. Daniel tem como camarada de bancada Vera Simões, que tem um registo semelhante no que toca à empatia, cordialidade e forma de abordar os assuntos. Pelo que se foi vendo e ouvindo, a coligação que gere o município pode dormir descansada até final do mandato.

O vereador do PS na Câmara de Rio Maior, Daniel Pinto, tem contra si, enquanto autarca na oposição, o que, à partida, são traços de carácter apreciados em qualquer ser humano: é demasiado empático e cordial para causar grande mossa no poder. Por isso, quando esporadicamente sai do seu registo de bonomia e engrossa a voz, entrando em modo mais confrontacional, sai da sua praia. Digamos que Daniel Pinto, riomaiorense de gema oriundo de uma família muito conhecida na cidade, é bom a fazer aquilo a que muitas vezes se chama oposição construtiva. Mas uma oposição construtiva e afectiva não belisca o poder, não capta atenções nem ganha eleições. E Daniel tem sentido isso na pele.
Homem interessado pelas questões relacionadas com a cultura, turismo, história e património, Daniel Pinto não encontra aí causas ou bandeiras que consigam mobilizar o eleitorado e despertar grande agitação entre a opinião pública. A maioria dos cidadãos pouco liga a isso e dá mais atenção crítica ao buraco na estrada, ao preço da água ou à limpeza das ruas ou jardins, por exemplo.
Com 45 anos, Daniel Pulquério Pinto é licenciado em Marketing e, desde 2010, director da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, em Caldas da Rainha. Tem uma longa rodagem como vereador da oposição na Câmara de Rio Maior, onde esteve nos últimos três mandatos, mas dificilmente ficará na história como um político aguerrido. Pelo menos se comparado com outros autarcas da oposição que estiveram no executivo em mandatos recentes, como os incómodos e acutilantes Augusto Figueiredo (CDU) e Carlos Nazaré (PS). Ou como o vereador que foi seu parceiro na oposição, no início deste mandato, João Teodoro Miguel, homem de poucos sorrisos que ainda chegou a tirar do sério a maioria PSD/CDS antes de renunciar ao mandato.
Apaixonado por música e praticante de guitarra eléctrica, a melodia de Daniel Pinto não tem chegado para convencer os eleitores de Rio Maior, o PS local nem a maioria PSD/CDS que governa o concelho e que é liderada pelo social-democrata Filipe Santana Dias - a quem a presidência do município caiu no colo depois da presidente Isaura Morais ter sido eleita deputada à Assembleia da República, em 2019.
Daniel tem somado desaires eleitorais nos últimos doze anos, o último dos quais para a concelhia do PS de Rio Maior. Daniel foi mandatário da candidatura da sua camarada vereadora Vera Simões, mas esta acabou derrotada pelo ex-vereador Miguel Paulo, que andava mais ou menos proscrito da cena política local. Foi mais uma aposta falhada. E se a tradição ainda for o que era, com os vencedores a ditarem as regras e as escolhas nas autárquicas de 2021, Daniel deve ser carta fora do baralho na lista socialista para a Câmara de Rio Maior, de onde o PS foi destronado em 2009.

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