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35 crianças ficam sem ATL em Pontével
Patrícia Ferreira tem uma filha, de 12 anos, que frequentava o CATL de Pontével desde os seis anos

35 crianças ficam sem ATL em Pontével

Encarregados de educação ficaram surpreendidos com decisão. Centro Paroquial de Pontével, responsável por essa valência, diz que não havia sustentabilidade financeira para manter esse projecto, que podia fazer descambar as contas da instituição.

O Centro de Actividades de Tempos Livres (CATL) de Pontével, concelho do Cartaxo, já não abre no próximo ano lectivo, que começa em Setembro, por ser financeiramente insustentável. Essa valência do Centro Paroquial de Pontével tem uma dívida de cerca de 30 mil euros à Segurança Social e por isso vai encerrar portas. Os encarregados de educação dos cerca de 40 alunos que estavam inscritos vão ter que procurar novo local para os filhos ficarem depois das aulas terminarem.
Patrícia Ferreira tem uma filha, de 12 anos, que frequentava o CATL de Pontével desde os seis anos, altura em que entrou para o primeiro ano do 1º Ciclo da EB D. Sancho I. “Este espaço de tempos livres sempre foi mais do que um simples apoio ao estudo. A minha filha recebeu apoio e afecto, invisível aos olhos de muitos, mas real para quem o vive e viveu como nós. As funcionárias deram sempre o seu melhor para que as crianças aprendessem e estudassem com vontade. Mais do que um simples ATL, enquanto mãe, encontrei um espaço de ligações e envolvimentos genuínos, um verdadeiro pilar para as famílias da comunidade de Pontével”, afirma a encarregada de educação.
Os pais foram confrontados com o encerramento do ATL a meio de Julho, situação com a qual não contavam, numa reunião com a direcção do Centro Paroquial de Pontével. O padre Miguel Ângelo, do Centro Paroquial de Pontével, admite que a decisão de encerrar esse serviço não foi tomada de ânimo leve mas as dívidas elevadas levaram a este desfecho.
“Há cinco anos tínhamos 70 crianças e este ano tivemos 35. São poucas crianças e os custos fixos são elevados. Se não encerrássemos agora o CAT corríamos o risco de, daqui a dois ou três anos, o centro paroquial ficar insolvente”, explicou o pároco acrescentando que a valência de creche continua a funcionar.
O presidente da Câmara do Cartaxo disse a O MIRANTE que reuniu com três Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho que possuem ATL. Pedro Magalhães Ribeiro explicou que as hipóteses para estas crianças são o Jardim-de-Infância do Cartaxo, uma instituição em Vila Chã Ourique e outra em Vale da Pedra. “O problema que se coloca é o transporte das crianças de Pontével para uma destas IPSS e é isso que estamos a tentar resolver”, afirmou.
Patrícia Ferreira lamenta que o Estado não assegure um ATL para a sua filha e restantes alunos, pois é sua obrigação fazê-lo. “É inadmissível que um concelho como o Cartaxo não tenha respostas de ATL suficientes para as suas crianças. Enquanto comunidade Pontével fica agora mais fragilizada”, critica.

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