Tasquinhas de Marinhais são o cimento que une a comunidade
Iniciativa e também uma forma de financiamento das associações
O largo das festas em Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos, vai estar deserto no último fim de semana de Agosto. Por causa das regras impostas pela pandemia, não se realiza a iniciativa “Tasquinhas de Marinhais”. Para quem não percebe a importância de iniciativas como aquela, convém dizer que as Tasquinhas de Marinhais são um dos grandes convívios anuais da comunidade, juntando naqueles dias os que lá moram e os que, sendo de lá, estão afastados pelos mais diversos motivos.
Organizada por associações, a iniciativa, para além de promover o convívio, é uma forma de as mesmas conseguirem parte do dinheiro com que irão suportar os seus gastos ao longo do ano. Sem tasquinhas as associações ficam fragilizadas. Até ao próximo Agosto vão ter que ser apoiadas de outra forma.
O ano passado as Tasquinhas de Marinhais foram organizadas pelo Grupo de Danças “Os Lusitanos”; Grupo Desportivo de Marinhais; Carnaval de Marinhais; Núcleo Cicloturismo “Os Cansados” de Marinhais e Centro de Bem-Estar Social de Marinhais. Só voluntários envolvidos foram mais de uma centena. Visitantes foram às centenas. João Filipe, presidente do Núcleo de Cicloturismo “Os Cansados” resumia assim para O MIRANTE a importância das Tasquinhas. “Elas permitem angariar receitas para os cofres das associações numa altura em que cada vez há menos apoios e maiores dificuldades em fazer face às despesas. Se não houvesse estas iniciativas, não havia dinheiro para muitas das nossas deslocações”.
Mas há mais do que associações da terra. As pessoas que ganham a vida com os carrinhos de choque, insufláveis, venda de farturas, bem como os artistas e as suas equipas de músicos e técnicos, que são habitualmente contratados para animar musicalmente a festa, também vão sofrer este ano de interregno.
Este ano seria o da 40ª edição do Festival de Folclore do Grupo de Danças “Os Lusitanos” com a participação de ranchos de todo o país. Estes grupos também estão parados por causa da actual situação. Não desaparecem porque a tradição é bem defendida no seu seio mas fica a indicação para que se perceba que, para além dos impactos na saúde e na economia, há muito mais sectores afectados.