Os que necessitam da desgraça dos outros para satisfação própria
Há, sempre houve e vai continuar a haver, pessoas que se alimentam da desgraça dos outros. Que só se sentem felizes com a desgraça dos outros. É por causa disso que televisões e jornais que noticiam desgraças, costumam ter boas audiências.
O que é notícia é o invulgar, mas o invulgar não tem que se resumir a crimes hediondos, violações e desgraças pessoais. Usar isso para alimentar a curiosidade de quem vive das desgraças alheias é ajudar a destruir a pouca humanidade que ainda resta.
Jornalistas que escolhem o caminho da exploração de sentimentos em vez de optarem por dar informação útil e importante, não se podem queixar, um dia mais tarde, da falta de audiências. Nem sequer podem dizer que a informação importante não interessa, porque isso é mentira.
A esses, o que lhes falta é capacidade para noticiar o que é importante de forma interessante. Mas isso, claro, é trabalho para bons profissionais e esses vai sendo preterido por outros que vivem da exploração das emoções.
Há sempre uma altura em que a mediocridade medra mas há sempre aquela altura em que se afunda. E agora é a altura em que se afunda, embora ainda não tenha percebido.
Rui Mendes Folgado