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Caso das cabras desaparecidas na Serra d’Aire vai para a justiça

Junta do Pedrógão avança com queixa-crime para o Ministério Público como último recurso para reaver o que resta do rebanho de cabras adquirido em 2011 no âmbito do projecto de Conservação de Habitats Naturais na Serra d’Aire e Candeeiros, da Quercus, e desaparecido desde o final do ano passado.

A Junta de Pedrógão vai avançar com uma queixa-crime no Ministério Público (MP), pela morte de algumas cabras e o desaparecimento dos restantes animais. O rebanho, adquirido para um projecto de pastorícia, que acabou por não ter grande impacto, era inicialmente constituído por cerca de 200 cabeças e estaria agora com perto de meia centena de efectivos, sendo que oito animais foram encontrados mortos no estábulo.
A informação foi divulgada pelo presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, com base numa comunicação do presidente da Junta de Pedrógão, Paulo Simões, na qual justifica a situação e garante que a junta não vai retomar a actividade de pastorícia na Serra d’Aire.
O presidente da junta explicou que os militares do Serviço de Protecção de Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR foram os primeiros a entrar no estábulo da junta, onde foram encontrados oito animais mortos. O pastor, responsável, por cuidar do rebanho, esteve incontactável durante muito tempo e a junta tentou chegar a consenso quanto a um acerto de responsabilidades, mas sem sucesso. Além das cabras, falta um depósito para transporte de água e a respectiva bomba.
A queixa-crime no MP é o último recurso da junta para tentar reaver o rebanho de cabras e o equipamento. O presidente da Junta de Pedrógão critica a postura da vereadora do Bloco de Esquerda na Câmara de Torres Novas, Helena Pinto, ao ter levantado suspeitas de um alegado encobrimento do caso por parte da junta de freguesia. Helena Pinto considerou as críticas de Paulo Simões um ataque pessoal e comentou que o assunto está longe de estar resolvido.
O projecto do rebanho da Serra d’Aire contemplava inicialmente dois rebanhos de cabras entregues à gestão das juntas de Pedrógão e Fátima. Faziam parte do projecto de Conservação de Habitats Naturais na Serra d’Aire e Candeeiros, iniciado pela Quercus em 2011, com financiamento da União Europeia (UE). A Freguesia de Pedrógão viu-se envolvida em burocracia e só em 2017 conseguiu concluir o estábulo, financiado pela Câmara de Torres Novas em cerca de 10 mil euros.
O objectivo dos rebanhos era controlar os carrascos, medronhos e matos em geral que crescem nestas serras, de forma a preservar plantas mais frágeis como algumas orquídeas. O projecto, com um orçamento total de mais de 400 mil euros, financiado pela UE em 75%, dividia-se em dois pólos, um do lado norte da serra, em Fátima, e um do lado sul, em Pedrógão. Em Fátima a iniciativa também não vingou.

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