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Duas dezenas de famílias vivem  em Alverca sem saneamento básico
Francisco Cavaco e outros moradores continuam à espera de uma solução

Duas dezenas de famílias vivem  em Alverca sem saneamento básico

A zona de Casal Cabreiro e Casal da Carcaça, no alto de Arcena, estão esquecidas há décadas. Já foi concluído o processo de legalização daquela Área Urbana de Génese Ilegal e os donos das habitações têm os alvarás. Mas os esgotos, arruamentos e passeios ainda não apareceram.

No Casal Cabreiro e Casal da Carcaça, no alto de Arcena em Alverca, as estradas são esburacadas e de terra, não há passeios e as duas dezenas de habitações continuam sem ter ligação a uma rede de esgotos. O espaço era uma Área Urbana de Génese Ilegal (AUGI), com casas construídas ilegalmente em finais das décadas de 70 e 80 mas foi entretanto legalizado.
Os proprietários dos lotes pagaram entre 11 e 14 mil euros cada um a título de cedências ao domínio público e já receberam os alvarás das habitações. Só no Casal Cabreiro foram cedidos 1.894 metros quadrados para arruamentos e passeios. Mas quem ali vive lamenta que passados dois anos desde a finalização do processo de legalização pouco ou nada tenha sido feito pelo município para concluir os trabalhos.
A O MIRANTE o município explica que de forma sistemática tem feito intervenções de manutenção nas zonas em que os arruamentos não estão concluídos para dar mais segurança a quem neles circula. Neste momento está a decorrer um procedimento para o desenvolvimento de projectos de saneamento, pavimentação e bermas e as intervenções deverão decorrer durante o próximo ano, após a aprovação dos projectos, adianta a câmara municipal.
Quem vive na zona diz não compreender como é que tão perto de Lisboa ainda se vive sem saneamento básico. Durante décadas os esgotos correram para o rio e a água era retirada de um furo comunitário que abastecia 35 famílias. Com a chegada do vizinho aterro sanitário de Mato da Cruz, em 1996, as águas subterrâneas do furo ficaram inquinadas e o município foi obrigado a realizar uma ligação à rede pública para que os moradores não ficassem sem água. Os residentes acabaram por ser obrigados a construir fossas cépticas em cada uma das habitações para acabarem com as descargas ilegais nas ribeiras.
“Pelo menos dois velhotes que aqui viviam já morreram e o que nós queremos é que aquelas pessoas que ainda restam possam ver isto finalmente arranjado. Alverca não é só a Malvarosa”, lamenta João Sousa, morador da zona a O MIRANTE.
Francisco Cavaco, que já integrou a comissão de moradores, confessa-se “cansado e farto” de nunca ver obra feita. Durante mais de um ano viveu com mato por cortar à sua porta. “Coincidência ou não foi preciso aparecer aqui O MIRANTE para eles virem cortar isto”, confessa. A câmara explica que a limpeza das bermas é uma competência da junta de freguesia no âmbito da delegação de competências. “O que aqui temos foi fruto de muito suor e lágrimas, na altura ninguém nos disse que não podíamos construir, depois é que ficaram os problemas para resolver. Eu tenho esperança que isto se resolva”, conclui Francisco Cavaco.

Duas dezenas de famílias vivem  em Alverca sem saneamento básico

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