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Exploração de gado ilegal é ameaça em Aveiras de Cima 
Toiros a vaguear pelas estradas são perigo constante para peões e automobilistas

Exploração de gado ilegal é ameaça em Aveiras de Cima 

Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária está a investigar as denúncias da população de Aveiras de Cima e confirma que a exploração não tem licença. Os animais, que pertencem a um ganadeiro que está preso, andam a vaguear pelas ruas e a destruir culturas agrícolas.

A população de Aveiras de Cima está preocupada com uma exploração de gado bravo, com cerca de 140 toiros e vacas, devido às fugas constantes dos animais para a via pública e maus cheiros provenientes da alimentação e dejectos. O dono do gado é Daniel Damas, da Ganadaria Damas, e de acordo com a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), não tem licenciamento relativo à exploração.
O processo de licenciamento da exploração apresentado pelo proprietário foi iniciado em 2015, no entanto, diz a DGAV, “nunca deu entrada na DRAPLVT”- Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, entidade coordenadora do licenciamento. Daniel Damas, que se encontra recluso no estabelecimento prisional de Alcoentre já foi notificado e, segundo a DGAV, a exploração vai ser alvo de vistoria.
A exploração que iniciou com apenas duas vacas têm-se tornado num pesadelo para Maurício Santos e os seus pais, que moram a poucos metros da exploração. “Os toiros andam constantemente à solta, a invadir estradas e hortas privadas. As vedações não têm qualquer segurança”, relata a O MIRANTE.
O presidente da Junta de Aveiras de Cima, António Torrão, fala da “falta de fiscalização”, salientando que a exploração está próxima de habitações e é um “perigo constante” por causa das fugas dos toiros. Além do medo, os agricultores locais também se queixam dos prejuízos causados pelo gado que se alimenta das suas culturas agrícolas e as destrói à sua passagem.
No mesmo concelho, em Vila Nova de São Pedro, recorde-se, o gado que é propriedade de Carlos Damas, pai de Daniel Damas, tem gerado contestação pelos mesmos motivos. O vereador da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio destaca a O MIRANTE que aquela autarquia pouco ou nada pode fazer para acabar com o problema que “tem colocado estas populações em risco”, salientando que se espera que as entidades competentes actuem.

Insectos e maus cheiros são problema de saúde pública
Outro problema sentido junto à exploração em Aveiras de Cima são os maus cheiros que tornam o ar irrespirável. Não só dos dejectos dos animais, mas também de batatas que são dadas como alimento e que apodrecem. “Os meus pais, que têm mais de 70 anos, nem as janelas de casa podem abrir por causa do cheiro nauseabundo e pela infestação de insectos”, afirma Maurício Santos que já deu conhecimento da situação à Direcção-Geral de Saúde (DGS).
A DGAV refere que “este tipo de alimento pode ser administrado a bovinos” tendo sido autorizada a sua descarga à empresa Matutano na exploração em causa. Na sequência de queixas a DGAV efectuou, em 2019, uma vistoria à exploração, “mas sem ter encontrado batatas fermentadas ou maus cheiros no local”. A mesma entidade refere ainda que está disponível para aprovar um plano de despovoamento, caso a Direcção Regional de Agricultura determine o encerramento da exploração ou a redução da capacidade.

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